MPMA: Arari recebe o Projeto “Ler, escrever e pensar – conscientizar para transformar”


Livro "O que faz o brasil, Brasil?" de Roberto Da Matta é tema de projeto do MPMA.

O Ministério Público do Maranhão encontrou uma maneira simples e eficiente de prevenir atos de corrupção, instigar a leitura, estimular a produção textual e despertar a consciência crítica de alunos das redes municipal e estadual de ensino. 

Idealizado pela promotora de justiça Maria José Lopes Corrêa, da Comarca de João Lisboa o projeto “Ler, escrever e pensar – conscientizar para transformar”, lançado na última terça-feira, 28, em Arari, envolverá 22 escolas do 9º ano do ensino fundamental e seis do ensino médio, totalizando 2.159 estudantes e será desenvolvido até o próximo mês de novembro.



O projeto “Ler, escrever e pensar” consiste na leitura do livro “O que faz do Brasil, Brasil”, de Roberto DaMatta, e em um concurso de redação, cuja elaboração deve ser inspirada na obra. Palestras e debates sobre os males e o combate à corrupção serão apresentados no decorrer do projeto. No final, os três melhores textos serão premiados, com um smartphone (3º lugar), um tablet (2º lugar) e um notebook (1º lugar).

Esta primeira edição do projeto lançada em Arari, foi apresentada para um auditório lotado. Participaram do evento autoridades do Ministério Público do Maranhão (incluindo diversos membros que integram a administração superior), do Poder Judiciário, do Executivo municipal e representantes da sociedade civil. Na plateia, estiveram presentes estudantes, professores, gestores e servidores.



A promotora de justiça Lícia Ramos Cavalcante Muniz, da Comarca de Arari, enfatizou que os objetivos do projeto são prevenir atos de corrupção, instigar a leitura, estimular a produção textual e despertar a consciência crítica. “No Ministério Público, atuamos como defensores da sociedade. Nosso trabalho é voltado para vocês”, completou. Lícia Ramos agradeceu, ainda, a oportunidade de levar o projeto para a comarca e o apoio de todos os parceiros, incluindo os estudantes destinatários da iniciativa.



Criadora do projeto, a promotora de justiça Maria José Lopes Corrêa, destacou que o lançamento do “Ler, escrever e pensar” em Arari se dá justamente no momento em que o Brasil passa por uma grande turbulência em razão dos diversos atos de corrupção praticados principalmente pela classe política. “Como o próprio nome diz, o projeto utiliza a leitura, como ferramenta para despertar a consciência crítica dos estudantes, objetivando a transformação social. Não podemos transformar a sociedade, se não nos tornarmos cidadãos conscientes”, enfatizou.



O diretor da Secretaria para Assuntos Institucionais (Secinst), promotor de justiça Marco Antonio Amorim, enfatizou que a educação é sempre inversamente proporcional à corrupção. “Quanto menor o nível da educação, maior o da corrupção. Em, Arari, segundo dados oficiais, atingiu a meta do IDEB, que estava prevista para 2020.” Ele também afirmou que o maior crime que a corrupção pode cometer é o de retirar a esperança das pessoas. “Quando o dinheiro é ilegalmente desviado, a esperança também se vai, porque um jovem vai se questionar qual a chance de competir com alguém que estudou em escolas mais estruturadas. Daí, a mensagem do projeto é esta: por meio da educação você pode se tornar exatamente o que você quiser”.

Além de exemplos e práticas de sociedades de países onde os índices de corrupção são mínimos, a exemplo do Japão, Marco Antonio Amorim lembrou que no Brasil, por ano, são desviados mais de R$ 200 bilhões. “Quantas ambulâncias, hospitais e escolas poderíamos construir com este dinheiro?”, questionou.

O procurador-geral de justiça, Luiz Gonzaga Martins Coelho, afirmou que a finalidade do projeto é tornar os estudantes agentes multiplicadores de ações contra a corrupção. “Por meio do estímulo à leitura e à produção textual, o 'Ler, escrever e pensar' está comprometido com a formação de uma consciência política de combate à corrupção, prática que está enraizada na sociedade brasileira, sendo um mal endêmico no país”.

O chefe do MPMA citou o célebre romance “Macunaíma”, de Mario de Andrade, como retrato de um brasileiro caricato, um “herói sem caráter”, mergulhado em pequenas práticas de corrupção.

Luiz Gonzaga Coelho disse, ainda, que todos os que participam do projeto estão empenhados em trabalhar por um mundo melhor. “Com certeza esta campanha será muito vitoriosa para todos”, destacou.

O presidente da Associação do Ministério Público do Estado do Maranhão (Ampem), Tarcísio José Sousa Bonfim, lembrou que a cidade de Arari foi fundada por um padre jesuíta português em 1880 e que, por isso, a sociedade local sempre teve como referência a educação. “Esta solenidade representa a reafirmação do compromisso do Ministério Público com esta sociedade, que fez da educação o seu baluarte”.

Tarcísio Bonfim destacou ainda que o projeto visa plantar uma consciência crítica nos estudantes para colher frutos no futuro. “Nós precisamos refletir sobre os problemas que estão acontecendo no país. Pelo hábito da leitura e pelo exercício do pensamento podemos transformar a nossa sociedade”, acrescentou.

A ouvidora do MPMA, Rita de Cássia Maia Baptista Moreira, enfatizou que o “Ler, escrever e pensar” quer transformar a sociedade, por meio do combate à corrupção. “Na medida que vocês leem, escrevem e pensam, transformam a sociedade”.

Também estiveram presentes no evento o corregedor-geral em exercício do MPMA, Teodoro Peres Neto; o prefeito de Arari, Djalma de Melo Machado; o desembargador Marcelino Ewerton; a juíza Anelise Nogueira Reginato; o secretário municipal de Educação de Arari, Marcelo Santana; o vereador Tácito Lima e o integrante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e do Conselho Municipal de Saúde de Arari, Crecêncio do Espírito Santo Corrêa, pai da promotora de justiça Maria José Corrêa.


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