domingo, 11 de junho de 2017

Tragédia em Barreirinhas expõe a fragilidade do sistema de garantia dos direitos humanos de proteção à mulher


Por *Abimael Costa 
O histórico crescente de casos de violência contra a mulher escreve mais um capítulo trágico no Maranhão. Desta vez um oficial da Polícia Militar do Estado disparou vários tiros contra a esposa e em seguida atirou contra a própria cabeça. Socorrida ainda com vida e encaminhada ao hospital da cidade, a vítima morreu antes de receber os primeiros socorros.

A agente penitenciária Clodiany Carvalho Garcia, 37 anos, foi assassinada de forma cruel e covarde dentro de uma viatura da Policia Militar depois de ter sido retirada da residência onde estaria sendo agredida pelo esposo, o tenente-coronel Miguel Gomes Neto.

Dois policiais militares que também estavam no interior da viatura no momento do crime, nada puderam fazer para evitar a tragédia. O oficial teria disparado seis tiros contra a esposa, e depois atirado contra a própria cabeça.

Além de chamar a atenção pela forma brutal e covarde em que foi praticado, o crime registrado na cidade de Barreirinhas por volta das 8h da manhã deste domingo (11), véspera dos dia dos namorados, mostra a falta de preparo da polícia em lidar com casos que envolvam superiores hierárquicos e a insegurança e falta de proteção que as mulheres em situação de violência estão submetidas. Muitos dirão, foi uma fatalidade, pode até ter sido, mais esta foi uma tragedia que certamente poderia ter sido evitada.

Vítima e agressor estão mortos, mas a dor e o sofrimento dos familiares e amigos está muita viva e latente. O medo e a insegurança das mulheres em situação de violência aumenta a cada novo caso de assassinato ou lesão corporal grave registrado, a impressão que fica é que as forças de segurança são incapazes de prevenir e impedir que tragedias se consumem a todo instante e em todos os cantos do Maranhão. 


A violência contra mulher não está restrita a determinada classe ou grupo social, atinge a todos de forma indiscriminada, mas ganha destaque maior quando envolve pessoas de classe alta ou detentores de altos cargos.  

Passado alguns dias, o caso será esquecido e tudo volta a ser com antes, para que algo de diferente aconteça, é preciso uma reação da sociedade, afinal todo sabemos que  algo precisa ser feito, que o quadro precisa mudar, não é possível assistir imóvel uma  mulher ser assassinada dentro de uma viatura da polícia  depois de retirada do local do conflito.  Alguma coisa está errada e muito errada.


*Abimael Costa é jornalista e especialista em assessoria de comunicação 


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