Um dia para ser esquecido?





A cidade de Cantanhede completa hoje 53 anos de emancipação política. Por alguns dias, a população, especialmente os apreciadores de festas, acreditaram que a data seria comemorada com um show inesquecível. A expectativa foi estimulada pelo próprio prefeito. Num rompante típico de adolescentes deslumbrados, o gestor municipal gravou e compartilhou o anúncio de que pela primeira vez na história a cidade iria comemorar o aniversário com a apresentação da Banda Aviões do Forró.

Primeiro veio o deslumbre. Palmas, vivas, elogios, calorosos elogios. O prefeito foi ovacionado. Mas, depois do arrebatamento veio a decepção, a revolta, o vexame. Alegando dificuldades financeiras, o zeloso gestor público de Cantanhede decidiu cancelar a festa. Para evitar o fiasco total, o prefeito apelou para um artifício que costuma ser eficaz. Preparou um suculento churrasco regado a muita cerveja. A boa intenção, entretanto, críticas continuam pipocando nas redes sociais.

Pessoas maliciosas levantaram a hipótese de que os ingredientes da comilança teriam sido fornecidos à prefeitura por um estabelecimento instalado no antigo “Mangue Seco”, hoje mais conhecido como “Papódromo”, localizado em São Luis.

Pode até ser. Mas, a presença de uma ambulância de Cantanhede no estacionamento de um grande supermercado da capital serviu para desqualificar a tese de que o cervejão e o churrascão servidos no regabofe teriam sido adquiridos na choperia de algum amigão.

Outros, menos maliciosos, aqueles de coração mais aberto, logo se consternaram com o estado de penúria do município e passaram a ver virtudes na atitude do prefeito que, em nome da contenção de despesas, este ano não realizou a tradicional festa junina e, cancelou um show que alguns dizem que nunca chegou a ser contratado. Gente maldosa que vê na celeuma apenas uma jogada para criar a sensação de que o gestor teria agido com extrema responsabilidade ao cancelar a realização da festa.

A malícia daqueles enxergam apenas indícios de maracutaia e relevando-se a “ingenuidade” daqueles que só percebem bondades nos atos do prefeito conduzem-nos a um dilema. O dia 24 de setembro de 2015 é uma data para ficar eternizado na memória dos cantanhedenses ou um dia para ser esquecido?

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