A greve dos funcionários da Mirante reflete a grave crise enfrentada pela categoria


Alguém já parou para pensar como é a relação patrão x empregado, entre empresas de comunicação e jornalistas?

Com um mercado cada vez mais reduzido por conta das mudanças tecnológicas as demissões se avolumam, o subemprego é uma realidade cruel, o número de diplomados na área com currículo nas mãos em busca de uma oportunidade no mercado de trabalho só aumenta, receber o salário base da categoria é uma utopia para muitos. Por conta de tudo disso a greve dos funcionários da Mirante em Imperatriz é apenas um dos sintomas desta grave crise que domina o setor.     
Em greve desde a última terça-feira (24), funcionários do Sistema Mirante de Comunicação em Imperatriz denunciam congelamento de salários desde 2015, e  corte de benefícios como vale alimentação. 

O presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Luís, Douglas Cunha, informou que o sindicato representou contra o Sistema Mirante na Procuradoria Regional do Trabalho. Conforme Douglas, a paralisação é motivada por “falta de reajuste salarial por dois anos e a retirada desrespeitosa de direitos adquiridos dos trabalhadores Jornalistas de suas empresas. Aguardamos o chamado da PRT para a audiência. Isto porém, não descarta a possibilidade de adoção de outras medidas” Enfatizou  o presidente.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Jornalistas e Radialistas de Imperatriz (SindiJori), Josué Silva Aquino, 60% dos funcionários aderiram ao movimento paredista. A sede do Grupo Mirante em Imperatriz (MA) tem 93 funcionários que atuam nas rádios AM e FM e televisão. A programação é transmitida para 46 municípios do sudoeste, sul, região Pindaré e central do estado. Com a greve  a programação local da TV está suspensa.

Segundo o SindiJori, em 2015 não houve reajuste salarial, em 2016 o reajuste foi abaixo da inflação e o retroativo referente a três meses ainda não foi pago, o que motivou uma paralisação dos funcionários em novembro do ano passado.

Em 2017 a greve dos funcionários começou na última terça-feira (24), e desde então os trabalhadores se manifestam contra o corte do benefício, que é um direito adquirido, que está previsto no artigo 468 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e protege o empregado de quaisquer alterações contratuais que possam prejudicá-lo de forma direta ou indireta.

Em outras palavras, isto significa que nenhuma empresa pode alterar a concessão de benefícios como os vales-refeição e alimentação, cestas-básicas e até mesmo os planos de saúde que sejam custeados parcial ou integralmente pelo empregador.

“Essa greve é em função do corte de benefícios como o vale alimentação, por salários que estão congelados desde 2015 e também por melhorias nas condições de trabalho”, explica o presidente do SindiJori.

A empresa ainda não manifestou interesse em estabelecer negociações com os funcionários em greve.























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