sábado, 5 de agosto de 2017

Os meninos da Vila Samara são vitimas do fracasso e da omissão coletiva


O Maranhão está horrorizado com a barbárie que vitimou as crianças Roberto da Luz dos Santos, de 11 anos, e Erisvan da Silva Costa, de 12, moradores da Vila Samara na região da Estiva em São Luís. A polícia agiu rápido e elucidou o caso em menos de 72 horas.  

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida...além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Art. 227 da Constituição Federal Brasileira.

O extermínio de crianças e adolescentes no Maranhão é uma realidade cruel que precisa se reconhecida, discutida e enfrentada de forma coletiva e urgente. Conforme o Unicef as principais vítimas da violência contra crianças e adolescentes são os meninos negros e pobres que vivem nas periferias e em áreas metropolitanas das grandes cidades.

Família, sociedade, terceiro setor e Estado precisam reconhecer que falharam e foram omissos, que é preciso reverter a situação, unindo forças e trabalhando em um amplo plano coletivo de prevenção que impeça a repetição de tragédias e barbáries como a que vitimou os meninos da Vila Samara.  

Os dois meninos foram atacados por um grupo de seis pessoas enquanto descansavam em uma casa abandonada no Campo de Peris. Eles foram mortos a tiros de espingarda e revólver, além de golpes de armas brancas - facas e facões - . Depois de assassinar as crianças, os criminosos enterraram os corpos das vitimas em uma cova rasa em uma área de mangue do Campo de Peris.  

CMDCA/SL e CEDCA/MA repudiam assassinato de meninos da Vila Samara em São Luís

ENTENDA O CASO 

Os dois meninos teriam saído de casa na manhã da ultima terça-feira (1), para  pescar na ponte do Estreito do Mosquito, eles estavam acompanhados de um adolescente de 15 anos e um jovem de 18. 

No final da tarde de terça-feira (1), o jovem de 18 anos, e o adolescente de 15, foram encontrados na margem da BR-135 em Campo de Peris, gravemente feridos. Os dois foram atendidos pelo Corpo de Bombeiros e encaminhados em estado grave para o hospital Dr. Clementino Moura - Socorrão II - . Os jovens apresentavam perfurações de armas de fogo e golpes de armas branca pelo corpo.    

Os dois meninos de 11 e 12 anos que estavam com os dois jovens não foram localizados. Preocupados com o desaparecimento das crianças, os familiares procuraram a policia que iniciou as investigações.

Os jovens que saíram feridos contaram aos policiais que estavam descansando em uma casa abandonada na área do Campo de Peris, quando forma atacados por um grupo armado com espingardas, revólveres, fações e facas, neste instante os dois jovens correram rumo a BR-135, atravessaram a via, a estrada de ferro Carajás, e foram alcançados na área de mangue.
        
Os agressores obrigaram as vítimas a tirar as camisas, e depois de  ajoelharem foram atingidos com vários golpes de arma branca e disparos de armas de fogo. Os dois só escaparam com vida porque fingiram que estava mortos. Asim que os criminosos se afastaram, as vítimas rastejaram até a margem da BR-135, onde forma socorridos.Segundo as vítimas, os dois meninos teriam corrido no sentido contrário e desde então não foram mais vistos.  

Com base na descrição que as vítimas fizeram dos agressores, a polícia passou a procurar os suspeitos. Na tarde da última sexta-feira (4), dois homens detidos para investigação confessaram a autoria dos crimes e levaram os policiais ao local onde enterraram os corpos das crianças.   

Um dos suspeitos presos é um homem de cerca de 70 anos, identificado como Antonio Coelho Machado, o Antonio Baixinho, ele mora há mais de 50 anos em Campo de Peris, onde tem uma criação de animais.    

Conforme Ednaldo Santos, delegado da DEPOL de Bacabeira, além dos dois presos, outras quatro pessoas estão sendo procuradas como suspeitas de participação no crime. Todas já foram identificadas e devem ser presas a qualquer instante.  





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