Um nome violentado - Coluna do Tarcísio Holanda

É impossível ignorar que o presidente do Senado, José Sarney, tem a uma imagem distorcida pela mídia. Conheço Sarney desde 1967, quando ele vinha ao Rio de Janeiro, e eu trabalhava, então, no velho Jornal do Brasil. Sarney inaugurava o mandato de deputado federal, mas sei que militava na política desde o ginásio, quando combatia a oligarquia do velho senador Vitorino Freyre, do PSD. Foi um dos criadores da chamada "Bossa Nova". Certa vez, assisti Sarney ser agredido pelo senador Daniel Krieger, da cúpula da UDN e que não o perdoava, por integrar o novo grupo, que se propunha a renovar o partido. Krieger, Bilac Pinto, Adauto Lúcio Cardoso, os bacharéis da UDN, acusavam Sarney, José Aparecido, Ferro Costa, de promoverem a divisão do partido.
Progressista

Frente Liberal
Foi ele quem pronunciou o primeiro discurso sobre ecologia no Senado, como os anais da Casa podem mostrar, ainda na década de 70, e se empenhou pela realização no Brasil da Eco 92. Ainda não se falava em Informática e foi Sarney quem se bateu pela criação do Prodasen, o primeiro grande centro de processamento de dados federal. Em dezembro de 1978, Sarney foi designado relator, dando parecer sobre a Emenda Constitucional n° 11, que revogou todos os atos institucionais e demais atos de exceção impostos pelo regime militar.
Legalizou PCB
Ele fazia questão de estabelecer, entre os seus objetivos, o estado social de direito, o welfare state, ou o estado do bem estar social. Foi Sarney quem criou o que hoje se chama o SUS, o Sistema Único de Saúde, com o nome de SUDS, e isso antes que a Constituinte entrasse em funcionamento. Foi Sarney que legalizou os partidos, que os militares haviam proscrito, inclusive o Partido Comunista Brasileiro, recebendo seus principais líderes no Palácio do Planalto. José Sarney também foi pioneiro na ecologia, em que se tanto se fala hoje em dia.
Liberdades
A mais importante e arriscada ação política de Sarney ocorreria quase ao fim do ano de 1984, quando o governo Figueiredo chegava ao seu ocaso. Foi a formação da Frente Liberal, complexo e arriscado projeto político que resultou na eleição na Tancredo Neves e do próprio Sarney. Legalizou a vida político-partidária, abriu as portas do Planalto para os comunistas que viviam na clandestinidade, garantiu a liberdade sindical, instituiu a liberdade de imprensa, acabando com a censura prévia, e abriu caminho para a realização de eleições livres nas capitais.
Tarcísio Holanda
Coluna publicada
na edição do dia
24/02/2012
do Diário do Nordeste
mais um que se bandeia para oligarquia
ResponderExcluirvocê tá de sacanagem não é meu caro?
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