Medicamentos que controlam o consumo de drogas





                                                                    
                                                                    Por: Ruy Palhano*
                                                                           *Psiquiatra
                                                     E-mail: ruy.palhano@terra.com.br


Em artigos anteriores, procurei demonstrar a importância de compreendermos a natureza dos transtornos mentais e sua relação com os medicamentos que procuram combatê-los. E, vimos que as drogas utilizadas para este fim, são drogas cada vez mais eficazes que controlam efetivamente a doença mental.Estas drogas são cada vez mais utilizadas na prática médica, pois são indicadas para um grande número de condições, entre as quais, os transtornos de ansiedade, depressão, psicoses, insônias, epilepsias e em inúmeras outras condições médicas.

Os fatos que contribuem para a sua importância são os avanços científicos verificados na psiquiatria, especialmente as contribuições da neurociência que demonstram a natureza psicofisiológica destas doenças.

Os avanços são tão significativos, que atualmente já se sabe muito bem a natureza e as origens das doenças mentais, fato que confere ao médico e ao paciente mais segurança quanto ao manejo e utilização das substâncias utilizadas para seu manejo e controle.

Um dos avanços mais significativos é sobre o controle farmacológico de dependentes de drogas. Pois apesar de ainda não se ter um fármaco específico para cada dependência, muitos medicamentos utilizados nesta área são efetivos, sobretudo, para o controle clínico da fissura ou o craving tecnicamente conhecidas como substâncias ante compulsivas.

O controle farmacológico da compulsão corresponde a uma das mais importantes indicações clínicas destes transtornos, pois um dos sintomas principais destas doenças é justamente a disposição patológica para consumir a droga sem qualquer controle e este fato está relacionado a mecanismos biológicos cerebrais.
Entre as drogas que mais se destacam no controle da compulsão, temos as que são usadas para o alcoolismo, tabagismo e mais recentemente algumas utilizadas no controle do uso do crack.

Os pacientes submetidos ao tratamento com estas drogas se sentem muito aliviados de um dos piores sintomas da doença, que é a compulsão para o consumo, que como o próprio nome diz, perdem o controle, daí porque, sempre se diz que o dependente, não governa seu consumo e fica escravo da substância.
Os medicamentos anticompulsivos além de aliviarem estes sintomas, diminuem drasticamente o prazer que os dependentes sentem ao usar a droga da qual dependa, que é um outro sintoma deste transtorno. A dependência sempre se instala em um ambiente de prazer e isto é progressivo, ao ponto da obtenção do prazer se transformar progressivamente no objetivo principal dos usuários.
Quando a dependência se instala de forma crônica, este paradigma do prazer tende a ser substituído pela necessidade de usar a droga, e neste caso, se estabeleceu o ponto principal da doença, qual seja, a necessidade de consumir e não o prazer, que isto pode gerar.

Os medicamentos anticompulsivo por aturem nestas duas dimensões, tanto no controle da compulsão, quando reduzirem o prazer no consumo, são capazes de reverter esta disfunção do cérebro destes enfermos, tornando-os sadios e responsáveis por suas ações








MÉDICO NEUROPSIQUIATRA, PROFESSOR DE PSIQUIATRIA DO CURSO DE MEDICINA DA (UFMA),
 MESTRE EM CIÊNCIAS DA SAÚDE (UFMA),
 ESPECIALISTA EM DEPENDÊNCIA QUÍMICA PELA (UNIFESP),
EX - PRESIDENTE DA ACADEMIA MARANHENSE DE MEDICINA.
RUY.PALHANO@TERRA.COM.BR
Por: Ruy Palhano*
          *Psiquiatra 
E-mail: ruy.palhano@terra.com.br





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