NESTA TERÇA TEM CAFÉ LITERÁRIO NO CENTRO DE CRIATIVIDADE ODYLON COSTA, FILHO





O poeta Cruz e Sousa será tema do programa Café Literário na edição de outubro, nesta terça-feira (30), às 18h30, no Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, órgão da Secretaria de Estado da Cultura. 

A programação começa com a palestra “Cruz e Sousa, Poeta Escravo”, ministrada pela professora doutora da UnB, Margarida Patriota. Em seguida, ela autografa o livro “A Lenda de João, o assinalado”. A entrada é franca.

Na visão da autora, a atualidade de Cruz e Sousa é enorme, considerando que o Brasil vive um momento de implantação de cotas raciais nos empregos e universidades. “Foi o que eu fiz: inspirei-me na obra de Cruz e Sousa, bem como nos dados biográficos que dispomos sobre a pessoa deste e o trabalhei como um personagem de ficção, um personagem meu”, enfatiza a professora.

No centenário de nascimento de Cruz e Sousa, a professora apresenta um estudo de alto nível, trazendo obra e autor sob os mais diversos ângulos. Ela destaca, ainda, que o escritor sempre despertou o interesse dos estudiosos. “Há excelentes biografias sobre Cruz e Sousa, bastando citar as de Andrade Murici e Raimundo Magalhães Júnior, de primeiríssima qualidade”, destacou a professora.

Livro

Romancista de renome, a professora Margarida volta a surpreender ao escrever, com emoção e conhecimento, sobre Cruz e Sousa, um dos poetas mais singulares da literatura brasileira. Em seu novo, ela também enfrenta, com rara sensibilidade, as questões fundamentais que atormentaram o poeta tanto na vida quanto na obra: a pele negra numa sociedade racista, o desequilíbrio mental de sua mulher e a necessidade de reconhecimento artístico. Em muitos trechos, a lucidez da escrita provoca a mesma vertigem com que Cruz e Sousa impactava os leitores.

“Os personagens por ela criados são mais do que autênticos, são paradigmáticos”, escreveu Moacyr Scliar sobre a obra. No texto de apresentação, o cineasta e escritor Sylvio Back observou que, “com tônus de prosa poética, enleada pelos interstícios do onírico poemário de Cruz, assoma uma holografia incandescente, emotiva, livre de afetação e de vulgaridade. É o mito renovado, reencetado, e sempre nascituro de um Cruz e Sousa (“O Assinalado de casta espúria”) cujos versos conflagraram quase todos os nossos grandes poetas da primeira metade do século XX, como assevera Mário de Andrade”.

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