PMs são presos em São Luís após descoberta de esquema para o dia da eleição



Ivan Richard
Da Agência Brasil, em Brasília

O TRE-MA (Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão) decidiu encaminhar ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pedido para que tropas federais atuem durante a votação do próximo domingo (28) em São Luís. O pedido foi enviado ao TRE-MA pelos candidatos que disputam o segundo turno na capital maranhaense, motivados pela divulgação de um vídeo na internet em que policiais e bombeiros militares aparecem em um encontro político dizendo que usarão “táticas militares” para ajudar a eleição de um dos candidatos.

Disputam o segundo turno o atual prefeito João Castelo (PSDB), que obteve 30,6% dos votos válidos no primeiro turno, e Edivaldo Holanda Júnior (PTC), que conquistou 36,4% dos votos.

Em nota, os membros do TRE-MA informaram que foi enviado ofício ao governo do Estado para que ele se manifeste sobre a solicitação. O governador em exercício, Washington Luiz de Oliveira (PMDB), concordou com o pedido, segundo a Secretaria Estadual de Comunicação.

A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, por meio de nota, informou que prendeu seis militares que estariam envolvidos no suposto esquema para atuar até o dia das eleições.

Foram presos o coronel Jonas Batista Durans, subchefe do Estado Maior Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão; o sargento Juarez de Morais Aquino Júnior, da CPGD (Companhia de Policiamento de Guarda); o cabo Roberto Campos, do 6º Batalhão da Polícia Militar; o cabo Marcos Antonio Ramos Barros, do 2º GBM (Grupamento de Bombeiros Militar); o cabo Marco Aurélio Ribeiro, do 1º GBM; e o cabo Jorge Henrique Sousa da Costa, do Subgrupamento de Busca e Salvamento.

Segundo a secretaria, os militares foram identificados nas imagens do vídeo divulgado nesta semana. “O recolhimento administrativo se deu em cumprimento ao exposto pela Legislação Militar e tem por base os pressupostos da ordem e da disciplina, segundo a qual o militar não deve se desviar dos objetivos que visem o bem comum da tropa”, diz trecho da nota divulgada pelo órgão.

O pedido de envio de tropas federais ainda terá que ser julgado pelo TSE. O tribunal se reúne hoje (23) e na próxima quinta-feira (25) antes do segundo turno das eleições

Comentários

  1. s Direitos Políticos, em concordância com T. H. Marshal – Sociólogo alemão –, junto com os direitos civis e sociais, formam os pilares que definem a cidadania, que por sua vez é a própria capacidade da pessoa natural de viver em um Estado no gozo dos direitos. Sem os direitos políticos um homem fica totalmente desprovido das características de cidadão e sem a possibilidade de participação nas decisões voltadas para a construção e manutenção de uma sociedade sadia e democrática.
    Frutos das busca dos homens por condições dignas de seres humanos, os Direitos Políticos são resultados de lutas que vem se arrastando desde a idade média e que são considerados por muitos como uma conquista tardia da sociedade, haja vista que os governos sempre foram praticados afastando o povo das decisões ou mesmo das opiniões sobre quem seria a liderança e o voto ainda é uma representação da estratificação social.
    Como não há vitoriosos e nem vencidos sem batalhas, derramou-se muito sangue pelos atuais direitos elencados na atual Constituição Federal Brasileira, perpassando pela Revolução Francesa, onde primeiramente defendeu-se a igualdade dos homens e a possibilidade de cada indivíduo dar sua opinião e participar de decisões e que, fatalmente, culminou com um derramamento do sangue dos Girondinos. Aqui, no Brasil, no combate à ditadura militar, derramou-se o sangue de muitas pessoas; mães nunca virão seus filhos ou filhas; pessoas foram exiladas, outras encarceradas e torturadas, tudo pelos direitos políticos.
    Não estamos falando de um conjunto de regras que regulam a participação da população de um país no processo político do mesmo, mas da importância da permissão dada ao indivíduo de participar na vida pública, votando secretamente, escolhendo e também se candidatando a cargos públicos com a movimentação popular, a organização e participação em partidos políticos.
    Lamentavelmente, os regimes autoritários ainda persistem, o povo não goza da condição de cidadãos, é excluído do poder de participar do processo seletivo ou manipulado e, tampouco, participa do ato de alterar os destinos da representatividade política.
    Ultimamente, como estamos em ano de eleição, temos visto de muitas coisas reprováveis em nome dos interesses pelo poder e na tentativa da defesa da política, mas, não imaginávamos que ainda teríamos PRESOS POLÍTICOS no Brasil, onde se estufa o peito para dizer que vivemos numa democracia.
    Independente de concordar ou não com o posicionamento dos militares que foram presos, que, diga-se de passagem, são todos meus amigos particulares, é um descabimento dos mais absurdos a prisão de um grupo de pessoas pelo simples fato de terem se reunido e falado em estratégias para ajudar um candidato vencer a eleição em uma determinada cidade.
    Queremos ter a certeza de que podemos dizer e viver, de fato e de direito, em uma democracia; queremos ser cidadãos para participar das decisões que mudarão os rumos da sociedade em que vivemos com os nossos semelhantes. Isso é pedir demais?

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