LA NAVE VA - COLUNA DO SARNEY
* COLUNA DO SARNEY
Este foi um filme de Fellini. Mas nada tendo a ver com a história que se passou naquele navio, a noção do tempo permeia a ideia do imóvel, avançando. A nave vai, ou numa tradução poética: navegar é preciso.
O tempo é uma invenção do homem que corre marcando nossas vidas, porque ele mesmo não é tempo, é a eternidade: não tem princípio nem fim. E a invenção do homem são os anos, na repetitiva marca dos relógios, marcando as horas, os dias, nessa rotina dos ponteiros rodando do mesmo jeito, acompanhando o sol a nascer todos os dias, nessa luz aberta das manhãs e dos crepúsculos vermelhos e na beleza do pôr do sol. E dessa rotina da Terra girando em torno do seu eixo, também gira em torno do sol, acompanhando seus irmãos, os planetas que nos seguem na mesma rotina. E nosso sistema solar, também, pelas leis do criador, caminha pelos espaços em busca de outros Universos, na teoria de que é tudo feito de incontáveis Universos.
E nós aqui, criamos a nossa forma de valorizar o tempo, com as várias definições de que “tempo é dinheiro”, de que “o tempo voa”, “não perder tempo” e um soneto seiscentista, atribuído por uns a Camões, por outros ao frei Antonio das Chegas e já foi plagiado, glosados por muitos, no qual nos dá conselhos e nos revela como desperdiçamos a vida que é feita de tempo. Começa dizendo “Deus pede estrita conta do meu tempo/ E eu vou do meu tempo dar-lhe conta...” e terminava “Quando o tempo chegar de prestar conta/ Chorarão como eu, se não ter tempo”.
E assim, construímos nossas vidas de dias e anos e “La nave va”. Nos costumes judaicos, os meninos que nasciam eram circuncidados sete dias depois, quando lhe eram atribuídos os nomes. O calendário cristão, que é o nosso, marcando o nascimento de Cristo de 25 de dezembro, ele seria circuncidado, sete dias depois, justamente, o primeiro dia do ano. E assim, começamos a contar nossos anos. Cristo não recebeu o nome nesse dia porque tinha recebido seu nome antes de nascer quando o anjo Gabriel anunciou a Maria que ela teria um filho e que se chamaria Jesus.
E assim, nós estamos entrando num novo ano, na terça-feira, que é o 2013 do nascimento de Jesus. E esse mês de dezembro é o mês da alegria, das cores, dos cantos, porque é do Natal do Menino Jesus que nos prepara para receber o Ano Novo. Que ele venha sempre melhor que o anterior, embora o Ano Velho, é que é o ano bom, pois ele foi vivido, com a graça de Deus.
A todos os maranhenses, a todas as famílias e a cada um especialmente, um grande 2013. Que ele traga felicidade, paz saúde e tranquilidade.
Mil anos de vida a todos e um século de fraternidade, amor, esperança e as bênçãos de Deus.
COLUNA DO SARNEY
30/12/2012
LA NAVE VA
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