DOIS ACUSADOS DE ESTUPRAR E MATAR UMA MULHER SÃO RETIRADOS DA CADEIA E EXECUTADOS






Segundo informações seis homens fortemente armados teriam invadido por volta da meia noite desta sexta-feira (25), a delegacia de uma cidade Maranhense.

Os invasores após tomar de assalto a Delegacia de Pastos Bons, cidade localizada a 550 quilômetros da capital Maranhense, renderam um policial e o carcereiro de plantão e resgataram dois homens que estavam presos, acusados de estuprar e matar uma senhora.

Os dois presos resgatados foram encontrados mortos em uma estrada que dá acesso ao povoado Macaúba, a cerca de oito quilômetros da sede  do município de Pastos Bons. 

Um dos mortos teve o corpo carbonizado, os corpos foram localizados a cem metros um do outro.

A policia não tem pistas dos assassinos e suspeita que os crimes foram motivados por vingança.

 Informações do Locutor Jose Henrrik Silva, de Pastos Bons

A proposito desta barbárie vale a pena ler este excelente artigo sobre o tema: 
JUSTIÇA COM AS PRÓPRIAS MÃOS

ZERO HORA. 16 de novembro de 2012 | N° 17255. ARTIGOS

Emerson Silveira Mota*

Recentemente, a imprensa noticiou um fato extremamente grave e preocupante: “Pai invade a DP e mata assaltante da filha”. De imediato, muitas foram as manifestações de solidariedade a esse cidadão em redes sociais, inclusive de pessoas dizendo que gostariam de defendê-lo “de graça”. Tudo pelo descrédito que a população tem no sistema, que é, na minha opinião, vilão nesse episódio.

A insuficiência estatal salta ao olhos e aparece em todos os níveis de poder. No Legislativo, manifesta-se com a produção de leis penais brandas e excessivas garantias processuais, manejadas em favor de bandidos em processos judiciais. No Judiciário, criminosos se beneficiam, algumas vezes, com o manejo de inúmeros recursos que eternizam os processos sem solucionar os casos, assim como, não raras vezes, com entendimentos jurídicos benevolentes. No Executivo, há histórico descaso com o sistema prisional, de vagas insuficientes e sem capacidade mínima para conter os que cumprem pena – aparentemente como no caso citado, no qual informou-se que o assaltante já cumpria pena no regime “semiaberto” (algo que não deveria existir, de tão ineficiente que é).

Tudo isso respalda o dito popular de que, para o criminoso “não dá nada; e se der, é pouca coisa”! É lamentável, mas a população vive um ambiente de insegurança e de impotência jamais visto, em razão da certeza da impunidade decorrente de um modelo falido.

Se o Estado avoca para si o direito/dever de punir, vedando a vingança privada, deve fazê-lo minimamente a contento. Não estou dizendo que deva ser o vingador da vítima, mas, sim, cumprir o seu dever de forma razoável, evitando que a sua ausência tenha efeito criminógeno, empurrando o cidadão de bem a pensar em fazer justiça com as próprias mãos.

Acredito que a população e, em especial, as autoridades (dentre as quais me incluo) devem refletir sobre uma mudança imediata de rumo, com uma remodelação do sistema para atender a finalidade a que se propõe (assegurar a paz social). Devemos evitar que a sociedade se torne uma selva, onde impera a lei do “mais forte”, pois não é nesse ambiente que queremos criar nossos filhos.

*Juiz titular da 2ª Vara Criminal de Tramandaí

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