Secretaria de Estado da Mulher (Semu) inaugura biblioteca especializada em gênero
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Mulher (Semu), é pioneiro na implantação de uma biblioteca especializada em gênero e decidiu homenagear um ícone do enfrentamento à violência contra a mulher, batizando a Biblioteca de Maria da Penha Maia Fernandes. O espaço será inaugurado na quarta-feira (29).
A biblioteca acompanhará os padrões bibliotecários, nos serviços de gestão e organização dos materiais bibliográficos com um acervo formado por livros, documentos, legislação, áudio, vídeo e outras publicações relacionadas à temática de gênero.
Como parte da programação, será ministrada uma palestra sobre violência de gênero, proferida pela juíza Sônia Amaral, titular do 7º Juizado Especial Cível e das Relações de Consumo, como também haverá o depoimento pessoal da homenageada, Maria da Penha Maia Fernandes, às 9h, no Auditório Fernando Falcão, na Assembleia Legislativa.
| Secretária de Estado da Mulher, Catharina Bacelar, acompanhada de Maria da Penha Maia Fernandes |
A secretária Catharina Bacelar, ressalta a importância da participação de todos durante o evento. "A participação é gratuita e faz parte das comemorações da inauguração da Biblioteca Maria da Penha, especializada em gênero. Sendo que a palestra contará com a presença da própria homenageada", anunciou a secretária Catharina Bacelar.
Na Semu, haverá, à tarde, a cerimônia de descerramento da placa de inauguração da Biblioteca Maria da Penha Maia Fernandes e lançamento do livro Sobrevivi...posso contar, de autoria da homenageada.
A Biblioteca será aberta ao público para consultas, pesquisas e empréstimos a usuários/as cadastrados/as. Para se cadastrar, cada usuário deverá doar pelo menos uma publicação de interesse da Biblioteca. Os doadores serão identificados no próprio material doado. E tem como objetivo promover o aprofundamento dos conhecimentos e apoiar estudos e pesquisas sobre a temática de gênero, com vistas ao enfrentamento às desigualdades de gênero e à violência a que estão submetidas às mulheres, por meio da implantação de uma biblioteca especializada.
De acordo com a secretária Catharina Bacelar, a intenção é constituir um espaço permanente de consulta e pesquisa sobre gênero, aberto ao público. Também de organizar e disponibilizar acervo bibliográfico específico e divulgar os serviços prestados pela biblioteca, sob a coordenação de um profissional da área de Biblioteconomia.
É Lei
A Lei 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, aumentou o rigor das punições nas agressões contra a mulher, quando ocorridas no âmbito doméstico ou familiar. Entrando em vigor no dia 22 de setembro de 2006, já no dia seguinte, o primeiro agressor foi preso, após tentar estrangular a ex-esposa.
A Lei alterou o Código Penal Brasileiro e possibilitou que agressores de mulheres no âmbito doméstico ou familiar sejam presos em flagrantes ou tenham sua prisão preventiva decretada. Os agressores não poderão mais ser punidos com penas alternativas.
A legislação, também, aumenta o tempo de um para três anos. A Lei prevê medidas que vão desde a saída do agressor do domicílio até a proibição de sua aproximação da mulher agredida e filhos. A nova Lei reconhece a gravidade dos casos de violência doméstica, e retira dos juizados especiais criminais (que julgam crimes de menor potencial ofensivo) a competência para julgá-los.
A Homenageada
Maria da Penha Maia Fernandes é uma mulher brasileira que lutou para que seu agressor viesse a ser condenado. Em 1983, por duas vezes, ele tentou assassiná-la.
Na primeira vez com arma de fogo, deixando-a paraplégica e na segunda, tentou eletrocutá-la e afogá-la. Nove anos depois, seu agressor foi condenado a oito anos de prisão.
Por meio de recursos jurídicos, ficou preso por dois anos. Solto em 2002, hoje está livre. Com 67 anos e paraplégica, Maria da Penha é líder de movimentos de defesa dos direitos das mulheres, vítima emblemática da violência doméstica.

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Jornalista Abimael Costa