SINDICATO DIVULGA NOTA DE REPUDIO SOBRE O CASO DE JORNALISTA PRESO DURANTE COBERTURA DE ACIDENTE







O jornalista Efrém Ribeiro, do jornal Meio Norte, recebeu voz de prisão e foi algemado na madrugada deste sábado (25/05), quando estava fazendo a cobertura de um acidente ocorrido no bairro Jockey Club, zona Leste de Teresina. O motivo seria o descumprimento para não entrar na área demarcada onde estavam os carros envolvidos no acidente.

Segundo ele, um perito que esteve no local do acidente o viu tirando fotos e se irritou com o fato de Efrém ter chegado rapidamente, sem esperar pela chegada das autoridades competentes, perícia, Polícia, IML etc. Teria sido quando o perito chamou sua atenção.

"Ele (o perito) estava muito irritado. Não gostou porque eu estava tirando fotos de tudo ali na hora do acidente, que é o meu trabalho jornalístico. Mas aí ele me disse, gritando, que eu não podia passar por ali, ficar perto dos carros e que estava desobedecendo entrando aonde não era permitido. Mas eu não passei do limite. Eu estava só tirando fotos, não entrei onde não podia. Mesmo assim ele reclamou e me deu voz de prisão", disse.

Efrém conta que foi agarrado de maneira violenta e, com os braços pra frente, algemado pelo próprio perito. "Não sei porque ele estava com tanta raiva. Me viu e partiu para cima. Passei quase meia hora algemado. E muita gente tirou foto minha, filmou etc. Eu não tive medo, pois estava com a razão. Ele (o perito) apertou as algemas. Ficou doendo. Me senti humilhado 'doutor'. Mas aí quando a Polícia chegou viu que eu não tinha cometido nenhu crime, não tinha porque me algemar. Aí disseram que iam me soltar. Mas perderam a chave. Demorou mais ainda. Quando acharam, pediram para eu ir embora".

O acidente que Efrém Ribeiro cobria era o que terminou com a morte de Joysa Ribeiro e, segundo ele, não pegou o nome do perito que o algemou e nem mesmo vai atrás de saber quem é ou mesmo processá-lo. "Até as pessoas que estavam lá viram como ele agiu. Teve uns que até o apoiaram. Gritaram assim: 'Toma Efrém. Bem feito! Agora é tua vez'. O médico do SAMU que atendeu as vítimas do acidente disse que nem gosta muito de mim, mas acha que eu deveria processar o perito por abuso de autoridade. Mas eu não vou fazer isso não. Vou deixar pra lá. Sei que continuarei fazendo meu papel de jornalista", pontuou o intrépido jornalista Efrém Ribeiro, que tem um histórico grande de polêmicas envolvendo seu nome em coberturas jornalísticas.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Piauí, através do seu presidente José Olímpio, repudia a agressão sofrida pelo jornalista Efrém Ribeiro que foi algemado e preso durante a cobertura jornalística de um acidente de trânsito na madrugada deste sábado, dia 25, no cruzamento da Av. Jockey Club com Rua Angélica, na zona leste de Teresina.

Em nota, José Olímpio repudia com veemência o ato e alerta que agressão contra jornalistas está se tornando uma "rotina intolerável" no Piauí. Ao tempo em que cobra punição para o perito criminal acusado de ser autor da agressão.

Leia a nota na íntegra:

A diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí vem a público manifestar o seu mais veemente repúdio à violência praticada contra o jornalista Efrém Ribeiro por um perito da Polícia Civil que, cometendo abuso de autoridade, deu voz de prisão ao profissional de imprensa e o algemou pelos simples fato dele ter chegado ao local de um acidente de trânsito que aconteceu na madrugada deste sábado (25) antes das autoridades e do Samu.

Efrém Ribeiro, como bom repórter que é, apenas cumpria a obrigação de registrar a lamentável ocorrência que resultou na morte de uma jovem e fazia fotos no local do acidente, sem tocar em nada, quando foi surpreendido pelo perito que, aos gritos, demonstrando desequilíbrio, resolveu prender o jornalista que não esboçou qualquer reação e ainda assim foi algemado e humilhado publicamente.

Fatos como esse revelam o desrespeito ao trabalho do jornalista e atentam contra a liberdade de imprensa, merecendo o repúdio de todos. Agressões contra profissionais de comunicação, praticadas por agentes da segurança pública, estão virando uma rotina intolerável. É preciso que se dê um basta nessas práticas abusivas e seria muito oportuno que começasse agora pela punição do agressor do jornalista Efrém Ribeiro.

José Olímpio L. de Castro, presidente do Sindjor-PI


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