POLÍCIA PRENDE HOMEM QUE MATOU EX-COMPANHEIRA ESTRANGULADA NESTA SEXTA-FEIRA



A cada dois minutos, cinco mulheres são vítimas de violência no Brasil, aponta a pesquisa “Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado”. O estudo foi realizado pela Fundação Perseu Abramo em parceria com o Serviço Social do Comércio (Sesc). Em 2001, o número era ainda maior: oito mulheres em dois minutos. A violência contra a mulher continua surpreendendo pelos números e pela motivação, indica o cientista político e professor na Universidade de São Paulo (USP) Gustavo Venturi, que coordenou a pesquisa.

"Metade dos casos de homens que assumiram que agridem e mulheres que assumiram que são agredidas remete a uma discussão sobre fidelidade, com ideia de posse de um sobre o outro, o que mostra claramente a mentalidade machista e conservadora que há no país", afirma o pesquisador.

Dados da pesquisa realizada em 2010 com homens e mulheres revelam que 8% dos homens entrevistados admitem já terem batido “em mulher ou namorada”. Um quarto (25%) diz saber de “parente próximo” que já agrediu a parceira e quase metade (48%), afirma ter "amigo ou conhecido que bateu ou costuma bater na mulher".





Desde a promulgação da Lei Maria da Penha, em 2006, o número de agressões contra mulheres relatadas ao governo federal por meio do serviço Ligue 180 cresceu 600%. A maioria dos casos descritos (57%) envolve agressões físicas.

Segundo dados da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, o serviço de atendimento telefônico que oferece orientações para as mulheres vítimas de violência fechou o ano de 2012 com 88.685 relatos de agressão – contra 12.664 há seis anos





Uma operação conjunta das polícias de Lago da Pedra e Paulo Ramos na tarde deste sábado (08), resultou na prisão do suspeito de assassinar a ex-esposa estrangulada nesta sexta-feira (07).

A polícia elucidou o crime e prendeu o acusado, Jadson Dourado Pacheco (30 anos), morador na Vila Nova em Lago da Pedra/MA.

O corpo de Izanete Gonçalves de Sousa (24 anos), natural do povoado Pau Ferrado, município de Lagoa Grande do Maranhão, foi encontrado por populares nesta sexta-feira (07), por volta das 17:30, às margens do Rio Grajaú. no Município de Paulo Ramos – MA.

O acusado foi casado com a vítima, eles se separaram após um exame de DNA comprovar que o filho mais novo do casal era de outro homem. Após a separação, a vitima mudou se para Brasília, onde constituiu uma nova família. 

Izanete havia chegado em Lago da Pedra nesta sexta-feira (07), para buscar um filho, ela reencontrou Jadson que a convidou para tomar banho no balneário Galo Duro (rio Grajaú). 

Por volta das 15hs ainda de sexta-feira (7) o casal esteve no bar do Del, saída de Paulo Ramos sentido a Marajá do Sena, tomaram duas cervejas e saíram às 16hs. 

Segundo informações de populares, a todo momento o casal se beijava, como se fossem namorados. O rapaz de cor branca, vestia uma camiseta vermelha com escritas brancas nas costa, ela uma mulher muito bonita e simpática, em um momento no bar, a mulher pediu para que o homem não fumasse, senão, ela não o beijava mais, os dois saíram tranquilamente rumo ao Galo Duro. 

Jadson confessou o assassinato e contou os detalhes. Segundo ele,os dois travaram uma luta corporal nas margens do rio, ele a cortou no pescoço com um estilete e enforcou com a calcinha. 

Os parentes da vítima não sabiam que ela tinha voltado de Brasília. 

A identificação da vitima e do assassino, bem como a prisão do mesmo, aconteceu na tarde deste sábado (8) e se deu após trabalho em conjunto entre a Polícia Militar de Paulo Ramos e a Polícia Civil de Lago da Pedra, através do delegado Lúcio Rogério.

São tempos difíceis para as sonhadoras

Violência contra as mulheres. Essa é uma das expressões mais duras de que o machismo não acabou. E eu, particularmente, considero um dos assuntos mais difíceis de tratar. Que escancara mais a nossa falta de liberdade.

Como tudo que se refere ao machismo, as estatísticas não são apenas números pra gente analisar. Elas tem vida, conhecemos seu rosto, e cotidianamente estamos perto de um caso. Ou somos, nós mesmas, mais um número pra constar na estatística.

A violência contra as mulheres tem uma característica que a difere das outras formas de violência. É aquela violência que um homem (ou vários) praticam contra uma mulher (ou várias). Pelo fato de serem mulheres. Ou seja, é diferente de quando alguém furta a carteira ou o celular da menina ou do menino no ponto de ônibus.

Nas relações afetivas, o afeto é confundido com controle, posse, ciúmes. Mas um pouco de ciúmes é bom, é uma demonstração de que ele gosta de você, que se importa. É o que dizem revistas femininas, pras adultas, pras adolescentes e jovens. Mas aí o ciúme vira justificativa para a agressão. Pra aumentar o controle. As vezes chegam a dizer que é prova de amor.

Nas novelas a violência sexista vira e mexe aparece. E não me esqueço de Mulheres Apaixonadas, em que o agressor era considerado doido. Não gente, ele não era doido. Ele era um homem, possessivo e ciumento, igualzinho ao namorado da sua filha, ao namorado que você teve há um tempo atrás ou ao seu pai, professor, chefe…

A verdade é que os homens controlam, desqualificam, assediam, agridem, matam as mulheres. Não começa sempre com a agressão física. Vai evoluindo até que a ameaça se concretiza. E a chantagem, o tapinha ou o apertão no braço, chega ao extremo.

O que me deixa irracional é que parece que as pessoas não se abalam mais, que já estamos treinados pra receber essas notícias com naturalidade. De vez em quando, quando um caso é muito absurdo e ganha espaço nos meios de comunicação (vide o caso do misógino Bruno), a violência sexista vira um assunto, muita gente fica chocada. Mas quase sempre o tratamento dado ao caso é tentar justificar a violência a partir do comportamento da vítima. E, depois que o caso não é mais notícia, parece que não tem mais violência contra as mulheres ou, quando tem, “faz parte” do mundo que a gente vive.

Faz mesmo. O machismo mata, por dia, 10 mulheres no Brasil.

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