Daffé se consolida como secretário de cultura em Santa Inês




De:  *Henrique Bóis
Foi gerada na própria classe artística a iniciativa de desestabilizar o secretário municipal de cultura de Santa Inês, Carlos Daffé. Insatisfeitos do município e de São Luís disseminaram uma versão de corrupção praticada pelo secretário em contratos realizados no período do Carnaval deste ano, o primeiro da gestão Daffé e do prefeito Ribamar Alves.

Daffé vem realizando um bom trabalho à frente da pasta. É o segundo secretário no exercício do cargo. Em poucos meses conseguiu inscrever o município no Sistema Nacional de Cultura. Também abriu uma fronteira de trabalho para a classe artística maranhense expandindo o horizonte para artistas de São Luís além do Estreito dos Mosquitos, uma luta ancestral da classe.

Com uma gestão planejada e arrojada, o secretário Daffé tem obtido êxitos. No mês que vem realiza o projeto Santa Inês Recebe, aprovado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura da Secretaria de Estado da Cultura e Secretaria de Estado da Fazenda com patrocínio dos Supermercados Mateus. Até dezembro retoma o extinto Festival de Música de Santa Inês e já prepara o Festival de Marchinhas de Carnaval para o início de 2014.

Segundo Daffé a origem do boato sobre sua derrocada na secretaria nasceu da insatisfação desmedida da cantora Tereza Canto. De fora da programação da temporada junina em Santa Inês, Canto reclamou sua condição de preferência do público. A retaliação veio em forma de denúncia de corrupção. Através das redes na internet, Canto acusou o secretário de negociar notas de contratos, pagando ao artista valor inferior ao recibo faturado.

O reconhecimento do trabalho desempenhado pelo secretário veio do próprio prefeito Ribamar Alves que o defendeu em nota publicada no jornal Agora Santa Inês, de circulação local.

O trabalho realizado por Daffé subverte a ideia de cultura introjetada pela programação calcada no entretenimento. Lastreada na trilha sonora arroxada produzida pelas bandas de forró e na cultura do tira o pé do chão a tal cultura do entretenimento em nada contribui para a sedimentação de sentidos próprios do que seja realmente cultura. Outros artistas que ocuparam pasta semelhante no interior do estado seguiram a burocracia dominante das prefeituras, com flagrantes corriqueiros de corrupção, muito embora seja esta desconhecida dos cidadãos comuns.

A colocação de Santa Inês no circuito cultural genuíno é a grande contribuição que Daffé vem prestando ao estado do Maranhão. Sua substituição seria lastimável para a classe artística de maneira geral, que o diga o pessoal do teatro que nunca antes na história de Santa Inês tiveram pauta no município com a vantagem da aprovação popular como foi o caso da peça "Pão com Ovo".


*Henrique Bóis É Ribamarense, jornalista formado pela Universidade Federal do Maranhão, UFMA. Militante do jornalismo diário em São Luís há quase três décadas e diletante de todas as artes. henriquebois400@gmail.com hbois@ig.com.br

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