Entre navalha e fantasmas



Tem uma explicação para a zoada que deputados ligados ao presidente da Embratur, Flávio Dino (PCdoB) e ao esquema montado pelo ex-governador José Reinaldo Tavares tentem trombetear o parecer do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que aceita a denúncia do ex-governador e admite a "hipótese" de cassação do mandato da governadora Roseana Sarney (PMDB).

A verdade é a seguinte: o ex-governador vive a iminência de receber duas pancadas da Justiça, uma indireta e a outra direta. A indireta é o anúncio das sentenças do juiz Ronaldo Maciel (1ª Vara Criminal da comarca de São Luís) do julgamento do juiz sobre o Caso das Estradas Fantasmas, o maior escândalo de corrupção da história do Maranhão até aqui. Nele, o ex-governador, mesmo umbilicalmente ligado ao caso, manobrou para escapar da responsabilidade direta, deixando na fogueira, sem nenhum remorso, gente muito próxima a ele, como o ex-cunhado João Dominici, então secretário de Obras e comandante da fantasmagoria rodoviária.

Na Operação Navalha, por meio da qual a Polícia Federal desbaratou um esquema de corrupção montado pela construtora Gautama em cinco estados e em Brasília, José Reinaldo foi apanhado ganhando um presente de dono da empreiteira: um Citröen C5, automóvel de fabricação francesa que hoje custa mais de R$ 200 mil. Suspeito de envolvimento direto na mamata, José Reinaldo foi preso e levado para Brasília.

A Justiça Federal já começou a sentenciar os envolvidos e não deve demorar muito a dizer quem tem de pagar no Maranhão. Vale aguardar.

Coluna Estado Maior - 09/08/2013

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