Rodoviários ameaçam paralisar na quarta-feira, caso não recebam a diferença salarial até terça.
Foto: Diego Torres/Imirante. |
A paralisação surpresa do sistema de transporte coletivo de São Luis, por volta das 17h da última sexta-feira (06), é apenas a ponta do iceberg de uma grande celeuma envolvendo o SET - Sindicato das Empresas de Transportes - e a prefeitura da capital.
Segundo o representante do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário no Estado do Maranhão (STTREMA), Rodrigo Rodoviário, a categoria obteve um reajuste de 8% no dissidio coletivo realizado em maio 2013. Na reunião em que foi acordado o reajuste, foi acertado através de um TAC - Termo de Ajuste de Conduta, que a prefeitura faria um repasse de cerca de R$ 6 milhões aos empresários, para compensar os gastos com o reajuste de 8%.
O representante do Sindicato afirma que os rodoviários receberam o pagamento com reajuste nos meses de maio, junho e julho. Ontem eles foram surpreendidos com a informação de que o reajuste havia sido suspenso, ou seja o pagamento de agosto foi pago com a valor anterior ao reajuste, sem os 8% do dissidio.
O STTREMA procurou o SET para esclarecer os motivos da redução salarial e foram informados que a prefeitura havia suspendido o repasse, o que inviabilizou o pagamento do reajuste. Segundo o SET as empresas não tem como pagar o salario reajustado sem o repasse do município.
Diante deste impasse os rodoviários se reuniram na sexta-feira (06), e decidiram em assembleia que caso a diferença de salario não seja paga até terça-feira, a categoria vai paralisar por tempo indeterminado a partir de 00h da quarta-feira (11).
Sobre a paralisação de sexta-feira, Rodrigo Rodoviário diz que o STTREMA foi surpreendido com a paralisação, já que a categoria tinha decidido por uma paralisação na quarta, e que a Policia Militar, Prefeitura Municipal e a Delegacia regional do Trabalho já haviam sido informados da paralisação, não havia motivos para paralisar ontem. Segundo ele, três ou quatro companheiros decidiram de forma isolada fechar a passagem impedindo que os demais veículos prosseguissem viagem.
O impasse está formado, se a prefeitura não fizer o repasse os empresários vão continuar pagando o salario de 2012 para os rodoviários - sem o reajuste de 8%-, por sua vez os rodoviários dizem que se não receberem o reajuste até terça-feira (10), vão paralisar por tempo indeterminado.
O que vemos é um jogo de empurra - empurra , o SET joga para a prefeitura, que devolve para o SET, que passa para o STTREMA, adivinhem aonde vai estourar a bomba? no colo do usuário, que vai mais uma vez pagar a conta.
É difícil de entender porque que um reajuste salarial depois de acordado com as partes envolvidas e referendado pelo Ministério Publico do Trabalho, e desrespeitado como se nada tivesse acontecendo.
Segundo o representante dos rodoviários, a convenção coletiva que estipulou o reajuste até hoje sequer foi assinada pelo SET, na verdade o que o STTREMA tem e uma ata da convenção.
O superintendente do Sindicato dos Empresários do Transporte (SET), Luís Cláudio Siqueira, afirmou que a partir desta segunda-feira, convocará todos os empresários para tentar resolver as pendências com os rodoviários.
Por conta deste impasse a prefeitura já se manifestou através de uma nota divulgada a imprensa:
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Prefeitura de São Luís
Nota de Esclarecimento
A Prefeitura de São Luís esclarece, em face de paralisação de um grupo de rodoviários na tarde da sexta-feira, dia 06/09;
1) O governo municipal tem mantido diálogo permanente com empresários e trabalhadores do sistema de transportes coletivos de São Luis;
2) Fruto desse diálogo não ocorreu greve na data base dos rodoviários, nem aumento no preço das tarifas. A prefeitura prontamente interveio para assegurar aos empresários, via indenização prevista em Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), os recursos que possibilitaram o reajuste pleiteado pelos rodoviários;
3) A Prefeitura propôs aos empresários a renovação do TAC, mas eles não aceitaram, determinando assim a impossibilidade do repasse que vinha sendo praticado normalmente.
4) A paralisação da sexta-feira não foi previamente informada à SMTT, como de praxe, para atender requisitos legais; nem ao Sindicato das Empresas, configurando-se como abusiva e arbitrária;
5) O governo municipal continuará dialogando com empresários e rodoviários na defesa dos interesses dos usuários dos transportes coletivos em São Luís.
São Luis, 07 de setembro de 2013
Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte
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