MAIS UM VEZ AS VIÚVAS - Wady Hadad Neto

Wady Hadad Neto





O Jornalista e Chefe de Gabinete da prefeitura municipal de santa Inês, Wady Hadad Neto, publicou neste domingo, (10), artigo respondendo a matéria publicada no último sábado, (09), no jornal “Agora Santa Inês”, segundo o jornalista, tal matéria tem o claro propósito de engrossar o lamento das carpideiras inconformadas.
Leiam abaixo ARTIGO completo e assinado:













MAIS UM VEZ AS VIÚVAS - Wady Hadad Neto


Uma matéria publicada no último sábado, no jornal “Agora Santa Inês”, escrita com claro propósito de engrossar o lamento das carpideiras inconformadas, faz crer que a atual administração do município não honra compromissos e que uma das vítimas da suposta má gestão são os “desafortunados” proprietários do Hospital Tomaz Martins que, coitadinhos, há sete meses não recebem o aluguel mensal de R$ 54.890,00 (CINQUENTA E QUATRO MIL OITOCENTOS E NOVENTA REAIS) devidos pela “viúva” sempre disposta a bancar a farra dos “desafortunados”.

A reportagem, que a principio deveria funcionar como uma cobrança pública, uma espécie de intimidação para expor a administração municipal ao ridículo é, na verdade, um tiro no pé conforme poderá ser visto.

Ao omitir o fundamental, além da situação de outros hospitais em condições semelhantes, mostra o bolso de quem pretende defender, em detrimento de pessoas verdadeiramente, obrigadas a se submeter ao Hospital Tomaz Martins, desde que outros hospitais da cidade foram criminosamente fechados para concentrar a receita gerada pela gestão da saúde nas mãos de poucos.

Inadvertidamente a reportagem coloca em cena o nome da empresa “Mendonça & Mendonça” como atual gestora do patrimônio e dos recursos gerados pelo arrendamento do Hospital Tomaz Martins como uma senha para lembrar que outras empresas semelhantes fizeram o mesmo papel desde que o Ministério Público Federal passou a questionar o contrato que fazia com que os recursos do FMS - Fundo Municipal de Saúde fossem transferidos diretamente do bolso da Prefeitura Municipal para o bolso do prefeito.

O contrato original de arrendamento do Hospital Tomaz Martins foi assinado 2002, na gestão do então prefeito Valdivino Cabral Filho, tendo de um lado a Prefeitura Municipal de Santa Inês e do outro a empresa “M. M. Bringel & Filhos Ltda”, propriedade da família Bringel, representada pelo próprio Roberth Bringel. Cabral deixou a prefeitura em dezembro de 2004, Bringel assumiu em janeiro de 2005, mas o contrato foi mantido nas mesmas condições até novembro 2008, quando a empresa “Meireles Gomes Ltda”, passou a representar os interesses da família como detentora dos direitos do Hospital Tomaz Martins. Durante 3 anos Bringel estava dos dois lados do balcão: de um lado, como prefeito, quando assinava a ordem de pagamento do contrato. Do outro, assinava o recibo de quitação como representante da empresa da sua família.

Aqui não cabe questionar a relação entre os representantes da empresa “Meireles Gomes Ltda”, que por anos representaram o Hospital Tomaz Martins, com a família do ex-prefeito, que poderia deixar as coisas mais nebulosas. O certo é que a partir de uma denúncia feita ao TCU ainda em 2009 o órgão tomou decisões e fez recomendações que passaram a valer como baliza este ano para Prefeitura Municipal de Santa Inês. Na mesma ocasião o TCU também advertiu a Polícia Federal e o TCE para o caso, conforme pode ser visto na página 341 do Diário Oficial da União do dia 11 de julho de 2013.

Voltando a reportagem, lá pelas tantas, o jornalista diz “que só resta esperar antes que algo pior aconteça”, sugerindo a impossibilidade de rescindir o contrato por parte dos representantes do hospital apenas “por tratar-se de ato desumano com os doentes que ocupam as instalações do HTM”. 

Esquece que se o ex-prefeito estivesse mesmo pensando nos doentes poderia ele mesmo ter desapropriado o imóvel durante a sua gestão para que fosse reformado e ampliado pelo município já que a Prefeitura está impossibilitada de investir em imóvel de terceiros. Poderia ter desapropriado também considerando que os R$ 8.562.840,00 (OITO MILHÕES, QUINHENTOS E SESSENTA E DOIS MIL, OITOCENTOS E QUARENTA REAIS) pagos por aluguel durante 13 anos quitam o imóvel pelo menos 3 vezes. Assim até eu...

Wady Hadad Neto é jornalista e Chefe de Gabinete da prefeitura de Santa Inês

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