sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

O Maranhão não é Pedrinhas

Atingidos pelo "complexo de vira-lata", parcela da imprensa maranhense atacam e desconstroem diariamente a imagem do estado do Maranhão e de seus cidadãos. No caso dos atentados ocorridos na sexta-feira (03), que resultou na morte da menina Ana Clara de apenas seis anos de idade, criou-se uma campanha de difamação contra o estado. 

De forma oportuna e fugindo do lugar e do senso comum, os dois jornais de maior circulação no Maranhão, O Estado e O Imparcial publicam editorial nesta sexta-feira (10), com o sugestivo tema "O MARANHÃO NÃO É PEDRINHAS".

Vale a pena ler os dois excelentes textos. Que os nossos confrades da imprensa reflitam, divulguem, apliquem e compartilhem o pensamento de forma clara  exposto nos dois editoriais.
"Complexo de vira-lata" é uma expressão criada pelo dramaturgo e escritor brasileiro Nelson Rodrigues, a qual originalmente se referia ao trauma sofrido pelos brasileiros em 1950, quando a Seleção Brasileira foi derrotada pela Seleção Uruguaia de Futebol na final da Copa do Mundo em pleno Maracanã. 

Para Rodrigues, o fenômeno não se limitava somente ao campo futebolístico. Segundo ele, "por 'complexo de vira-lata' entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo".
Ainda segundo Rodrigues, "o brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem. Eis a verdade: não encontramos pretextos pessoais ou históricos para a auto-estima"

O Maranhão não é Pedrinhas

O Maranhão está no foco principal dos holofotes nacionais. Virou o assunto preferido das vestais da imprensa nacional, que, de repente, se voltaram para este pedaço do Nordeste, atraídas pelos problemas no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Nas suas análises, o Maranhão é Pedrinhas, é a ação brutal e insana de criminosos, que ocasionalmente se matam dentro do presídio e, por causa da reação dura à última chacina, tentaram intimidar o Sistema de Segurança. As vestais iluminadas da grande imprensa tentam passar para o Brasil e para o mundo a impressão de que isso é uma rotina, se esforçando para mostrar o Maranhão como uma exceção infernal comandada por um governo omisso.

O Maranhão não é isso, os maranhenses e os visitantes contumazes o sabem muito bem. O Maranhão de hoje é muito, muito mesmo, melhor do que esse Maranhão pintado pelos jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo e pelos comentaristas da Rede Globo. É um estado imenso - 332 mil quilômetros quadrados e quase sete milhões de habitantes -, encravado na fronteira do Nordeste com a Amazônia e premiado por um litoral magnífico, nos quais estão os Lençóis, uma das maravilhas naturais do planeta. Uma história de fazer inveja e o legado de um conjunto da arquitetura colonial portuguesa sem igual no continente. É formado por um povo miscigenado, alegre e culturalmente forte e sólido.

O Maranhão de hoje é o Maranhão que luta de maneira efetiva e firme para superar a pobreza que ainda afeta alguns dos seus estratos sociais; que investe efetivamente para melhorar o seu padrão educacional e erradicar mazelas como o analfabetismo; que vem surpreendendo o Brasil com um programa de saúde que não tem similar no país; que investe o que pode em infraestrutura, principalmente em rodovias; que tem melhorado expressivamente o nível de emprego formal, que valoriza e tem investido também em segurança pública.

O Maranhão de agora, que não é propositalmente enxergado pelas vestais da grande imprensa, é o Maranhão que vem se firmando como polo de desenvolvimento econômico regional, atraído para seu território empreendimento industriais de peso. O mais ilustrativo dele é o complexo da Suzano para a produção de celulose, que já começa a produzir em Imperatriz. É o Maranhão cujas reservas gigantescas de gás natural já garantem o funcionamento de duas termelétricas. É o Maranhão cuja posição geográfica privilegiada vai lhe trazer, em breve, a Refinaria Premium I da Petrobras. É o Maranhão do ferro-gusa, das aciarias em implantação.

O Maranhão de hoje é o Maranhão que se consolida como portal de ligação com o resto do mundo pelo complexo portuário que reúne o excepcional Porto do Itaqui e o Terminal da Ponta da Madeira, por onde a Vale abastece o mundo de minério de ferro extraído de Carajás. É o Maranhão que hoje tem duas fronteiras (Balsas e Baixo Parnaíba) de importância vital para o agronegócio conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Na próxima safra, o estado deverá produzir 3,7 milhões de toneladas de grãos. É o Maranhão que nos últimos quatro anos recebeu mais de 740 empresas atuando nas mais diversas áreas, muitas delas atraídas

É também, infelizmente, ainda, o Maranhão de Pedrinhas, de alguns bolsões de pobreza, de alguns indicadores ínfimos. Mas nenhuma dessas realidades está sendo ignoradas. E se os agressores se derem ao trabalho de investigar, encontrarão, sem maiores esforços, um estado pobre, sim, mas lutando arduamente, e já com alguns ganhos visíveis, para se tornar um estado economicamente forte e socialmente equilibrado

Um comentário:

  1. Indicadores ínfimos? Ínfimos por serem os piores? Esta luta é realmente muito árdua Em quase 50 anos o país se desenvolveu e o Maranhão declinou. Não se trata de proselitismo, mas de dados incontestáveis. Ou será que o IBGE não é confiável?

    A grande imprensa não está contestando os maranhenses, mas o dirigentes deste estado e a sua forma de fazerem a politica do enriquicemento de apenas um grupo em detrimento da população.

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