Secretaria de Direitos Humanos visita famílias da área Awa-Guajá





Começa nesta segunda-feira (24), o processo de retirada definitiva dos ocupantes da área indígena Awa-Guajá, um total de 116 mil hectares, localizada no noroeste do Maranhão, entre os municípios de Centro Novo do Maranhão, Governador Newton Bello, São João do Carú e Zé Doca.

Uma equipe da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Cidadania (Sedihc) realizou visitas técnicas às famílias que estão em processo de desintrusão das terras dos índios Awa-Guajá, demarcadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai).

A visita aconteceu nos dias 20 e 21 de fevereiro e foi uma solicitação do município de São João do Carú. Durante dois dias a equipe da Sedihc se reuniu com as famílias, representantes do Governo Federal, Funai, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

De acordo com o mapeamento realizado pela Sedihc, a resistência de algumas famílias em deixar as terras dos índios Awa-Guajá se dá em decorrência da distância entre os locais disponíveis para o assentamento e o município de São João do Caru.

"Muitas famílias relataram que sobrevivem da lavoura, mas o local onde pretendem reassentá-los não é adequado para esse trabalho. No entanto, segundo o representante da Secretaria Geral da Presidência da República, 265 famílias já se cadastraram para serem assentadas em outras localidade", afirmou Thayane Cristine Tavares, coordenadora do Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos do Estado do Maranhão.

Na reunião, articulada pela Sedihc, o município de São João do Caru se comprometeu em reforçar o acolhimento às famílias que não terão para onde ir com o processo de expulsão.

Segundo Pedro Gabriel Soares Souza, superintendente de Articulação e Avaliação das Políticas Públicas da Sedihc, o papel da secretaria é garantir os direitos humanos das partes envolvidas no processo.

"Fomos até a área para ouvir tanto as famílias que serão reassentadas, quanto os representantes das organizações responsáveis pelo processo. Solicitamos que fossemos informados de todas as ações realizadas ao longo desse procedimento de desintrusão, para que possamos fazer um acompanhamento do trabalho e garantir os direitos humanos e a assistência a essas famílias." - informou Pedro Souza.

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