Rodoviários impõem toque de recolher em São Luis












Não tem como explicar ou justificar a paralisação  de 100% da frota de ônibus coletivo anunciada  pelos rodoviários para acontecer a partir da 17h desta sexta-feira (28), na grande São Luis.

A decisão foi tomada em assembleia, e segundo o Presidente do Sttrema, Gilson Coimbra, a paralisação será por tempo indeterminado, lembrando que enquanto durar o movimento grevista, os ônibus começam a circular a partir da 4h da manhã e param as 17h todos os dias.

A ação dos rodoviários é incoerente, abusiva, prepotente e prejudicial, já que cerceia o direito de ir e vir da população, cerca de 700 mil pessoas serão atingidas por um ato politico e inconsequente de meia duzia de sindicalistas.

Vale ressaltar aqui, que a paralisação foi deflagrada um dia depois dos rodoviários  participarem de uma reunião com o  Comando do Policiamento Especializado da Polícia Militar (PM), por meio da Ronda Ostensiva Tático Móvel (Rotam), onde foram dadas todas as garantias de que o policiamento seria reforçado já á partir da quinta-feira, e de ouvirem o apelo do comandante da Rotam, coronel Ivaldo Barbosa, "Nós nos reunimos para pedir ao Sindicato dos Rodoviários que nos dê uma chance. Estamos tomando medidas que deverão acabar com esses assaltos. Ainda não há motivos para a paralisação"

A categoria foi precipitada, intransigente e inconsequente ao adotar medida tão radical. É inegável que a paralisação tem claro cunho partidário politico, basta ver a estreita ligação entre representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Maranhão (Sttrema) e um certo partido de esquerda com candidato a cargo majoritário. 

No final das contas o prejuízo fica para os 700 mil reféns do falido sistema de transporte coletivo da capital, sem ter como se deslocar, não tem como ir a faculdade, ir ou voltar do trabalho, e assim todos são forçados a cumprir o toque de recolher imposto de forma arbitraria, autoritária e intransigente  e pelo todo poderoso Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Maranhão (Sttrema), sem que nenhum órgão tome qualquer providencia para restabelecer a ordem e garantir o sagrado direito de ir e vir garantido em constituição. 

Rotam vai intensificar ações de segurança do transporte público
 
Em reunião realizada na manhã desta quinta-feira (27), no Comando Geral da Polícia Militar,  representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Maranhão (Sttrema), do Sindicato das Empresas de Transportes (SET) e do Comando do Policiamento Especializado da Polícia Militar (PM), por meio da Ronda Ostensiva Tático Móvel (Rotam), discutiram as ações de segurança que deverão ser adotadas já partir a de hoje no transporte público.

Durante a reunião, o comandante da Rotam, coronel Ivaldo Barbosa, enfatizou as principais medidas de segurança a serem implementadas, como seja a inclusão de mais 200 novos policiais nas rondas e a utilização de mais viaturas que atuarão nos principais corredores da capital maranhense com o objetivo de inibir as atitudes criminosas no transporte coletivo. Ainda de acordo com ele, somente 16 assaltos foram contabilizados este mês na área policiada pela Rotam.

"Estamos conversando com o coronel Zanone Porto [comandante-geral da Polícia Militar] para conseguir novas viaturas para atuar nesses corredores de segurança. Além dessa nova aquisição, teremos o apoio de alguns dos novos policiais empossados. Com essa ajuda, nós devemos ampliar o nosso espaço de atuação. A maioria desses assaltos é feita por menores de idade e por usuário de drogas", comentou o coronel Ivaldo Barbosa.

Coronel Ivaldo ressaltou ainda que, policiais à paisana deverão fazer  o trajeto das linhas, a fim de garantir mais segurança aos profissionais do transporte público e aos passageiros. Para atuar na prevenção das ocorrências, o serviço de inteligência da Polícia Militar intensificará os trabalhos. "Nós nos reunimos para pedir ao Sindicato dos Rodoviários que nos dê uma chance. Estamos tomando medidas que deverão acabar com esses assaltos. Ainda não há motivos para a paralisação", complementou.

Segundo Luís Cláudio Siqueira, superintendente do SET, até agora o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros não foi notificado por ofício da possível paralisação pelo Sttrema. No entanto, com a reunião é esperado que a suspensão do transporte público não ocorra. "Um dia de ônibus parado, uma tarde de ônibus parado ou até uma hora de ônibus parado é um enorme prejuízo às empresas de transporte", disse.

Conforme dados obtidos pelo Sindicato das Empresas de Transportes (SET), atualmente 1.200 ônibus atendem à Região Metropolitana de São Luís de segunda a sexta-feira, com uma demanda de 600 mil usuários e aos domingos com cerca de 300 mil passageiros.

Preocupação - A crescente onda de assaltos sofrida pelos trabalhadores do transporte coletivo que circulam pela Região Metropolitana de São Luís preocupa o Sttrema. Até ontem, 154 assaltos a ônibus haviam sido registrados neste ano, conforme estatísticas cedidas pelo sindicato. Em todo o ano passado, 605 ocorrências foram contabilizadas, o que representou um aumento de 193%, se comparado com 2012, quando foram registrados 260 casos.

Até as primeiras horas de ontem, o Sttrema contabilizou 54 ocorrências de assaltos a coletivos somente no mês de março. De acordo com o presidente do sindicato, Gilson Coimbra, esse número deve ser maior, por causa da falta de registro de assaltos pela maioria das empresas que circulam por toda a Região Metropolitana. Ainda segundo ele, os motoristas e cobradores trabalham constantemente com medo.

"É um categoria que se sente insegura. Nós, do Sindicato dos Rodoviários, não temos o poder de polícia, mas podemos exigir melhorias no trabalho. Nós sabemos que a polícia tem boa vontade em nos ajudar, sempre nos ouviu, mas não está adiantando. A quantidade de assaltos está aumentando e nada consegue pôr um freio nisso. Os motoristas e os cobradores já até conhecem os assaltantes. Nós, quando somos assaltados nas ruas, podemos mudar o nosso caminho, mas eles não. São obrigados a passar pelos mesmos lugares e nos mesmos horários e sempre com os mesmos riscos de ser roubado", comentou Gilson Coimbra.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários, muitas vezes os cobradores dos coletivos que foram vítimas de um assalto durante o expediente de trabalho têm de pagar à empresa de transporte parte do dinheiro levado pelos ladrões, com medo de represálias do empregador. Ainda conforme ele, há ônibus que não circulam até o ponto final das linhas em certos bairros da capital, por causa da falta de segurança. "Principalmente na área do Anjo da Guarda, os ônibus não conseguem chegar até o final. Com a violência, os motoristas já evitam seguir", disse.

Mulheres - A presença de mulheres em assaltos aos coletivos aumentou nos últimos meses, segundo o Sttrema. Muitos dos assaltos praticados recentemente foram cometidos por bandos que incluíam mulheres. Uma das maiores dificuldades, sinalizada pelo presidente do Sindicato dos Rodoviários, é o tipo de abordagem feita no interior dos ônibus pela Polícia Militar (PM), pois as mulheres só podem ser revistadas por policiais do sexo feminino.



Com informações do Jornal O Estado do Maranhão de 27/03/2014

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