Bombeiros agridem adolescentes de 13 e 14 anos
Um grupo de adolescentes com idade entre 13 e 14 anos, foram covardemente agredidos a socos e pontapés por soldados do Corpo de Bombeiros na noite de sexta-feira (15), as agressões aconteceram na Praia de São Marcos, o argumento dos agressores é que os adolescentes seriam trombadinhas que agiam naquela área, praticando assaltos.
Até ai nenhuma novidade, afinal, infelizmente, as agressões a crianças e adolescentes pobres e negras são fatos corriqueiros, basta lembrar que recentemente no Rio de Janeiro um adolescente foi covardemente executado: Dois PMs são presos acusados de executar adolescente , o fato repercutiu na imprensa nacional e internacional e foi destaque nos jornais do mundo. No caso de São Luis o caso certamente passaria despercebido não fosse um pequeno detalhe que os agressores esqueceram de atentar.
Os adolescentes foram agredidos porque além de pobres e pretos, moravam no interior do estado, só por isso já são suspeitos em potencial, o que os bombeiros não sabiam é que os adolescentes eram alunos e atletas da Escola Municipal Maria das Neves Marques de Souza, de Imperatriz, que estavam alojados nas dependências do IPEM no Calhau, às margens da Litorânea em São Luís, para a disputa da etapa infantil de futsal dos Jogos Escolares Maranhenses (JEMs).
Após a sessão de tortura muitos ficaram com hematomas e ferimentos pelo corpo e foram até o Plantão Central da Refesa, onde registraram queixa por lesão corporal grave, art 129 CP.
Segundo o vereador de Imperatriz, Rildo Amaral, os professores que acompanham os alunos foram ameaçados pelos Bombeiros, Rildo Amaral declarou ainda que no Plantão de Policia houve resistência por parte da polícia para registrar a ocorrência, quando os estudantes chegaram na Refesa os Policiais dos Bombeiros já estavam presentes.
"Quando retornei já vi os meninos correndo e não entendio o que era. Retornei para ver o que estava acontecendo, havia quatro bombeiros segurando meu aluno, em cima de meu aluno e eu pedindo para eles o soltarem. Eles não soltaram, dizendo que o aluno havia roubado um tênis sem ele ter feito nada, sem haver prova alguma", reclamou o treinador Bruno Torres.
A chefe da delegação de imperatriz contou que ficou indignada com o jeito que bombeiros agrediram os atletas. “Ninguém me falou. Eu vi meus alunos sendo carregados como se fossem bandidos. São só alunos de 12, 13, 14 anos, que não mereciam ter passado por isso", protestou Dinalva Beningno.
Vale ressaltar que vergonhosamente no ano em que o Estatuto da Criança e do Adolescente completa 24 anos ainda registramos casos de desrespeito aos direitos básicos de crianças e adolescentes cometidos por agentes do estado estado, que em tese deveriam lutar para para garantir e implementar estes direitos.
“União, estados e municípios devem estar sempre vigilantes para combater violações e avançar na promoção de direitos. Precisamos nos prevenir não só das violações mais conhecidas, como exploração e abuso sexual, abandono, trabalho infantil, violência física e psicológica, mas também das formas de violações, com especial atenção para os crimes virtuais” afirma Ideli Salvatti, ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
Em nota Governo do Estado e Prefeitura de Imperatriz se manifestaram sobre o caso:
NOTA – SECOM (Bombeiros)
Por determinação da governadora Roseana Sarney, os membros do Corpo de Bombeiros suspeitos de agressão a menores, nesta sexta-feira (15), na Avenida Litorânea, foram afastados e tiveram a prisão administrativa decretada.
Os menores são alunos e atletas da escola Maria das Neves, de Imperatriz (MA), e estavam em São Luís para a Etapa Estadual dos Jogos Escolares Maranhenses (JEMs). A Polícia Civil e o Instituto de Criminalística, já estão investigando o caso.
As vítimas já foram submetidas a exame de corpo de delito. Uma equipe da Secretaria de Direitos Humanos, Assistência Social e Cidadania (Sedihc) está em contato com os menores e familiares para prestar toda a assistência necessária.
ESTADO DO MARANHÃO
PREFEITURA DE IMPERATRIZ.
NOTA DE REPÚDIO
Chocado com as cenas de violência e barbárie protagonizadas por homens do Corpo de Bombeiros de São Luís, contra alunos, menores de idade, da Escola Municipal Maria das Neves Marques de Souza , que se encontravam na capital participando dos Jogos Escolares Maranhenses, o prefeito de Imperatriz Sebastião Madeira, vem a público, em seu nome, e nome da população de Imperatriz, repudiar veementemente tal atitude, a que considera repugnante e indigna daqueles que, em tese deveriam zelar pela segurança da população.
É inconcebível que em pleno século XXI o Maranhão e o Brasil ainda se deparem com episódios como esse, eivado, sobretudo de fortes doses de preconceito contra um grupo de adolescentes, recém saídos da infância, que em São Luís realizava o sonho de pela primeira vez participar dos Jogos Escolares Maranhenses.
O episódio atenta, e fere de morte, de uma só vez, diversos princípios constitucionais, entre eles o da dignidade da pessoa humana.
Temos consciência de que este é um episódio isolado que não reflete a imagem do Corpo de Bombeiros do Maranhão, com quem desenvolvemos diversas parcerias, contudo Isolado, ou não, o que se espera é a punição exemplar de todos os envolvidos no triste episódio, de modo que casos similares não ocorram jamais e não maculem mais ainda a imagem do Maranhão.
Fica aqui registrado, nosso repúdio e nossa indignação diante dessa atitude grotesca contra nossos alunos. A eles, aos seus familiares, e professores a nossa solidariedade e votos para que superem o mais breve possível o trauma sofrido.
Sebastião Torres Madeira
Prefeito de Imperatriz.
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