Violência insana

Uma constante em minha atuação parlamentar sempre foi denunciar o quanto a sociedade atual, sem valores e baseada na satisfação dos bens materiais, desprezando os valores morais e caindo no niilismo, no alcoolismo, nas drogas, contribui para desprezar a graça da vida, considerando uma rotina matar e cometer as maiores atrocidades. São chocantes e levam todos nós à revolta presenciar os crimes hediondos que são cometidos rotineiramente, os massacres e a destruição dos valores humanos que constituem a estrutura dorsal da sociedade.

E o mais trágico de tudo isso é que a juventude é a mais atingida por esse desmoronamento espiritual. Destrói-se a formação religiosa e a família e os moços caem no vício da droga, perdendo sua própria vida com a destruição que ela faz do cérebro e sendo a raiz das doenças mentais que acossam cada vez o povo. As estatísticas nos apontam que o crack, a maior desgraça que podia cair sobre a humanidade jovem, leva à esquizofrenia e é responsável por 70% dos crimes de homicídio. Nas penitenciárias, estes 70% são jovens entre 18 e 25 anos e as vítimas, também, estão na faixa etária dos criminosos. Repito o que já disse na tribuna do Senado e em artigo de jornal, que os jovens estão matando e morrendo, vítimas do crime.

Na base da violência está a droga e nesta, a mais nociva e responsável pela fúria dos assassinos e dos crimes mais brutais, está o crack. Assim, o combate à violência tem de começar no combate ao crack de toda maneira. É responsabilidade do poder público, mas é de todos. Vigiai, mães e todos da família, irmãos e parentes, amigos e conhecidos e ao menor sinal, procurai defender meninos e jovens, para que eles não caiam nessa desgraça.

Vejam o que presenciamos sobre violência, nesta semana, em São Luís, no Fórum Desembargador Sarney Costa. A violência, que não sabe o valor da vida, investe contra um segurança, toma-lhe a arma, vai ao outro e faz a mesma coisa e sem pensar na vida dos outros sai de arma na mão, em meio a uma multidão que ali estava em busca de justiça e começa a atirar sem qualquer consideração pela vida, sem pensar que ao atingir uma pessoa roubando-lhe a vida está colocando filhos na orfandade, mulheres na viuvez, destruindo lares, ceifando a graça de viver e sonhar, de ter o direito dado por Deus, da convivência, da amizade, da alegria, do amor, da paixão, da bondade e de atravessar os anos.

A nossa legislação é falha. Pensa-se no assassino e não se pensa na vítima. O preso ganha auxílio-prisão, direito de protestar e pedir condições de vida. E o morto? Só as lágrimas dos seus parentes e amigos. Matou-se no Brasil em 30 anos 1 milhão e quarenta mil pessoas, mais do que todas as guerras desse tempo. É o 1º país do mundo em homicídios.

Isso não muda só com a repressão. É preciso conscientizar o povo sobre a essência e o significado da vida. É uma cruzada de todos nós.


COLUNA DO SARNEY
03/08/2014
Violência insana

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