domingo, 7 de setembro de 2014

A arte de denegrir



Por: José Sarney

Aluísio Azevedo, quando saiu do Maranhão, magoado com o tratamento que recebeu em sua terra, resolveu jamais voltar aqui. Depois foi consagrado no Brasil inteiro como fundador do romance realista brasileiro, elogiado, louvado pela crítica nacional e internacional. Então fez um ataque magoado e virulento à nossa terra, que eu não me aventuro em citar, tão violento ele é.

Ele tomou o Maranhão por alguns ressentidos de sempre, que existem em todos os tempos e que tem horror dos vitoriosos. Até hoje pagamos pela conduta deles, pois foram os responsáveis pelo Sermão do Vieira que sempre é citado contra o Maranhão, chamado de Sermão dos M, “M- Maranhão, M- murmurar, M- motejar, M- maldizer, M- malsinar, M- mexericar, e, sobretudo, M- mentir”. São esses que sempre espalham que aqui é o pior lugar do mundo, inventam todas as patranhas contra as pessoas e vivem de caluniar, de denegrir a honra das pessoas, de difamar, de mentir.

Se eu fosse atrás desse tipo de pessoa, vivia amargurado. É gente em geral composta de traidores e sevandijas, como mandava chamá-los o grande jornalista maranhense Nascimento de Morais, que foi meu professor no Liceu e depois meu colega de redação em O Imparcial, quando escrevia sua crônica com o pseudônimo de Braz Sereno.

Mentem sobre o estado, dizendo ser o mais atrasado do Brasil, de 16ª riqueza passa a ser a última, 27ª… mentem 11 posições. De 5º menos violento, passa a ser o último e tem candidato na televisão que diz termos mais homicídios do que o Iraque… Esquecem a rede hospitalar que Roseana construiu, o maior programa de saúde estadual do Brasil, com um hospital de referência como o Carlos Macieira, o melhor da cidade e do estado, um hospital que rivaliza com os particulares, com as UPAS mais exemplares do sistema, cujo testemunho é do povo que ali é atendido… e dizem que ele e elas não existem.

À minha custa, muitos vivem e mentem de todos os modos. Tem um que foi preso por ganhar um automóvel, diz que fui eu o responsável pelo presente que recebeu e continua a mentir dizendo que foi absolvido, mas nunca apresenta a sentença. O processo está dormindo no Tribunal de Justiça a espera de saber de quem é a competência.

Eu nunca persegui ninguém, eu nunca dedurei ninguém e, governador ao tempo do regime de 1964, não demiti ninguém, não cassei ninguém e somos o único estado em que não foi preciso anistia, porque aqui não se fez nenhuma arbitrariedade, ao contrário, eu é que era perseguido, sendo denunciado aos militares como comunista e protetor de comunista, porque tive a coragem, que ninguém tinha, de acolher e nomear no meu governo Maria Aragão, Bandeira Tribuzi, Coronel Mochel, João Alberto, e tantos outros talentos, acusados de subversivos.

Esses maus maranhenses são os sucessores daqueles que fizeram Vieira fazer o Sermão das Mentiras e Aluísio Azevedo nos chamar de ingratos e traidores.

Coluna do Sarney - O Estado do Maranhão - 07/09/14 

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