Agência Matraca lança Projeto Rede Jovem de Controle Social
Dados da Plataforma Centros Urbanos (PCU) - uma iniciativa do Unicef,
poder público e sociedade civil - dão conta que morrem muito mais crianças e
adolescentes na Cidade Olímpica do que em qualquer outro bairro da grande São
Luís. A taxa de homicídio para cada 100 mil habitantes com idade entre 10 e 19
anos é de 189,3. A média da capital maranhense, já considerada elevada, é de
40,8. Com o objetivo de ampliar o controle social sobre as políticas públicas
voltadas para os direitos da criança e do adolescente naquele território, a
Agência de Notícias da Infância Matraca lançou nesta quinta-feira (26/02), o
Projeto Rede Jovem de Controle Social.
O projeto, que tem o apoio do Unicef e do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de São Luís-MA (CMDCA), foi motivado pela vulnerabilidade em que se encontra a população da Cidade Olímpica, especialmente crianças, adolescentes e jovens. Informações do Atlas do Desenvolvimento Humano nas Regiões Metropolitanas (PNUD 2014, ano base 2010), reforçam isso. Na Cidade Olímpica, a renda per capita é de apenas R$ 352,04 e somente 28,34% dos jovens com idade entre 18 e 20 anos concluíram o ensino médio.
Para o defensor público Gabriel Furtado, o Projeto Rede Jovem de Controle Social demonstra uma ação e um planejamento inovador da Agência de Noticias da Infância Matraca já que desfaz a velha perspectiva hierárquica onde ainda era necessário a vinda de uma autoridade externa para resolver um problema da comunidade.
O defensor enfatiza ainda que o projeto é inovador por trazer autonomia para a comunidade e especialmente para a população juvenil o que resulta no desenvolvimento de novas lideranças, na reafirmação da autonomia da comunidade e o fortalecimento da cidadania tornando os sujeitos de direitos.
O projeto visa ainda estabelecer um canal permanente de diálogo com a Prefeitura de São Luís para a definição de estratégias de transparência para as políticas implementadas na área da infância e adolescência; qualificar adolescentes para realizar o controle social das políticas públicas e criar um canal de comunicação para disseminar as ações de monitoramento junto à população em geral.
A Rede Jovem de Controle Social é formada por jovens e adolescentes com idade entre 15 e 21 anos interessados no controle social, já participantes de projetos sociais ou de movimentos estudantis. O envolvimento dos jovens neste monitoramento é um direito legítimo de participar do acompanhamento de políticas que lhes afetam diretamente. Longe de ser uma situação conflituosa, o projeto pretende estabelecer uma relação dialogada e construtiva. Por fim, o projeto prevê a socialização das discussões e resultados através de eventos e de um aplicativo.
O lançamento do projeto aconteceu no Salão Paroquial Santíssima Trindade, localizado na Cidade Olímpica e contou com a presença de autoridades como: a titular da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social, Andreia Lauande; a secretária adjunta de Ensino, Leônia Queiroga; defensor público Gabriel Furtado; superintendente de Educação e Direitos Humanos, Thiago G. Viana; presidente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, Neuza Ribeiro; Wellinton Resende, da CGU; representante da Secretaria de Juventude, Jhonatan Soares e da Secretaria de Estado de Planejamento; consultoras do Unicef, Andreia Barbosa e Lissandra Leite, além de representantes da Rede de Justiça Juvenil e do Conselho Tutelar, entre outros.
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