Mais uma escola suspende atividades em São Luís por falta de condições de trabalho


Professores, alunos e pais de alunos do pólo infantil da UEB Henrique de La Roque promoveram, na tarde de ontem (13), um grande apitaço pelas ruas da Vila Embratel em favor da educação pública municipal. A manifestação sinalizou o repúdio ao descaso e negligência com os quais a Prefeitura de São Luís vem tratando a escola do bairro, que desde o inicio do ano letivo, está completamente abandonada e a mercê da criminalidade.

Diante do abandono, a comunidade escolar decidiu suspender as atividades até que a Prefeitura atenda às suas reivindicações. “Nós estamos com medo, nossos filhos estão com medo de vir para a escola, porque não sabemos o que pode acontecer. Várias vezes a escola já foi invadida e nenhuma atitude até agora foi tomada pelo prefeito”, desabafou uma mãe de aluno.

O pólo infantil da UEB Henrique de La Roque atende cerca de 180 crianças, de 6 a 7 anos de idade, distribuídas em turmas de aproximadamente 30 alunos e dispõe de apenas um vigilante que trabalha em dias alternados. E não é só a segurança que apresenta problemas, faltam também profissionais para fazer a limpeza e preparar a merenda escolar.

Os professores informaram que diversas tentativas de sensibilização do poder público já foram feitas, porém, sem resposta. Em abril, com o apoio irrestrito dos pais de alunos, a comunidade escolar liderou um mutirão de restauração da escola para que fossem resgatadas condições mínimas de funcionamento. Antes da intervenção da comunidade, o cenário era de total desleixo: fossa aberta, fiação elétrica exposta e apresentando curto-circuito, piso danificado, buracos na parede, banheiros sem porta, infestações de ratos e muito mato.

“Procurar apoio naqueles que são impactados diretamente pela falta de uma educação púbica de qualidade: alunos e pais de alunos, e a resposta foi imediata. Todos se empenharam com mão de obra e materiais de reforma. Teve pai que ajudou com a tinta, outro a pintar, outro a limpar o terreno que estava completamente tomado pelo mato, etc. Chegamos a passar 12 horas corridas trabalhando”, conta a prof° Moisilesia Bucelia.

“A gente não pode aceitar que os nossos filhos sejam prejudicados. Eu ajudei na reforma da escola e ajudo novamente, mas não aceito o prefeito mentir e deixar a escola como está”, declarou, revoltada, uma das mães que encabeçaram a manifestação desta quarta-feira.

Após a suspensão das aulas, o secretário municipal de educação, prof. Geraldo Castro, agendou uma reunião com a comunidade escolar para tratar da falta de segurança e de questões de infraestrutura. A reunião deverá acontecer nesta sexta-feira (15), às 9h, na própria escola.

A presidente do Sindeducação, profª Elisabeth Castelo Branco, que apoiou e acompanhou a manifestação, parabeniza a iniciativa dos professores e a postura dos pais de alunos em apoiar uma paralisação agora visando melhorias a longo prazo para todos; e em exigir que a Prefeitura de São Luís cumpra seu dever e ofereça às crianças do município uma educação pública de qualidade. Ela reforça, ainda, que a luta por melhorias na infraestrutura e por maior segurança nas escolas é bandeira do sindicato, que não mede esforços para cumprir o seu papel.

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