sábado, 12 de setembro de 2015

Estado ausente: quantas Florizas ainda precisam morrer?




O sentimento de insegurança é real e cresce a medida que o cidadão sente a violência aumentando e o Estado cada vez mais ausente e inoperante. A verdade nua e crua é que a sociedade está entregue a própria sorte, sem ter a quem apelar, a saída é se refugiar dentro de casa, atrás de grades, muros, sistemas de vídeo monitoramento e segurança privada. Somos cada vez mais, reféns de um sistema falido que não consegue cumprir minimamente seu papel constitucional que é garantir e manter a segurança pública. 

Os belos discursos se repetem, as promessas caducam, os personagens se revezam no papel de messias e salvadores da pátria, os números da violência são maquiados, escondidos e manipulados para serem apresentados com pompa e festa como números positivos, os detentores do poder alardeiam de forma efusiva a queda da violência, os dados e estatísticas oficiais mostram queda acentuada nos índices de criminalidade, enquanto isso a população assiste inerte, atônita e desesperada o crescimento desordenado da violência. Faço esta breve introdução para contextualizar o meu leitor e a seguir passo a relatar o fato que deu origem a este texto.

A jovem comerciária Floriza de Jesus Sá Ferreira de 28 anos de idade, trabalhava como gerente de uma loja de bijuterias, no centro de São Luís, mais precisamente na Rua da Paz, que é o coração comercial de uma cidade com 403 anos de fundação, patrimônio histórico da humanidade, e  população superior a um milhão de habitantes. 

Floriza imaginava está segura, afinal, estava no centro, a loja tinha sistema de vídeo monitoramento; mas, na sexta-feira, 04 de setembro de 2015, por volta das 18h30, a gerente foi surpreendida por um homem armado que anunciou um assalto, mesmo depois de entregar todo o dinheiro do caixa e pertences pessoais, foi atingida com um tiro na cabeça. O sistema de videomonitoramento da loja registrou o momento em que a jovem foi alvejada.

Após a pratica do ato criminoso, o assaltante saiu calmamente da loja, com a certeza da impunidade. A gerente foi socorrida e encaminhada ao Hospital Municipal Djalma Marques - Socorrão -I, onde ficou internada em coma nível três, seu estado de saúde era gravíssimo. Floriza não resistiu ao grave ferimento e morreu na madrugada deste sábado (12). 

Floriza de Jesus Sá Ferreira, é mais uma vitima da falta de segurança pública, infelizmente, apenas mais um numero para as estatísticas oficiais. Passados oito dias do crime, o Estado se mantém em silêncio. Quantas Florizas precisam ser sacrificadas para que as mudanças comecem a acontecer? até quando o cidadão vai ter que conviver com a insegurança e a criminalidade? Alguém precisa responder aos anseios da população que cada vez mais assustada não suporta mais tanto descaso.

Os meus sinceros pêsames aos familiares e amigos da jovem Floriza. Fica aqui o meu protesto, revolta e inquietação diante do quadro de calamidade em que vivemos, sei que este é também o sentimento de grande parcela de nossa sociedade. O meu apelo é que o Estado saia da leniência e do marasmo em que ora se encontra e consiga responder aos anseios do povo.  
 



 

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