Comunidade Quilombola denuncia: Escola do Ensino Médio ainda não iniciou ano letivo




A todo instante somos surpreendidos com as mudanças realizadas pelo governo comunista, desta vez a novidade vem de Vargem Grande, onde o "Maranhão de Todos Nós" parece ainda não ter chegado. Alunos de uma escola do Ensino Médio localizada no município, ainda não tiveram sequer um dia de aula em 2016, é que sem professores e sem equipamentos a unidade escolar não pode iniciar o ano letivo. Enquanto na maioria das escolas já estamos chegando no período de férias, no Anexo do Centro de Ensino Médio Santos Dumont, localizado na Comunidade Remanescente de Quilombo “Piqui da Rampa”, município de Vargem Grande. não existe nem previsão de quando começam as aulas.
 
Depois de várias tentativas sem sucesso de solucionar o impasse junto à Unidade Regional de Educação de Itapecuru Mirim, uma comissão decidiu buscar respostas para o caso junto ao secretário de Estado da Educação Felipe Camarão. Dispostos a deixar o prédio da SEDUC-MA somente depois de terem atendidas suas reivindicações.
O grupo - composto por representantes da Associação Comunitária do Povoado Piqui, - Valter, Valdeci, Valtenir e Edmilson- representante da Cáritas Brasileira, Ricarte Almeida Santos, pesquisador Edilson Nascimento, professor Jorge, além de alunos acompanhados dos pais, foi recebido inicialmente pelo Professor Rodrigo Verde, responsável pela Educação Quilombola, e pelo Professor Anderson Lindoso, Secretário Adjunto de Suporte ao Sistema Educacional. Logo após, o grupo foi atendido pelo Secretário de Educação, Professor Felipe Camarão.

A SEDUC-MA firmou compromisso que na próxima quarta feira (15/06/2016), a escola estará recebendo novos professores para iniciarem as aulas do ano letivo. Também foi assumido que a SEDUC-MA enviará uma equipe técnica para identificar todas as necessidades para que a escola funcione adequadamente. Como foi denunciado que o projeto original da nova escola de ensino médio da comunidade previa a construção de seis salas de aula e que até então foram erguidas somente duas, o secretário Felipe Camarão informou que seria realizada uma consulta junto à SINFRA (Secretaria de Infraestrutura do Estado do Maranhão), com o objetivo de identificar possíveis falhas na execução da obra e, consequentemente, a responsabilização dos eventuais responsáveis.

Foi denunciado, ainda, que o atraso do inicio das aulas representa um grande prejuízo para os alunos da comunidade, principalmente para aqueles que estão motivados para fazer o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). Registra-se que desde o inicio do funcionamento do Anexo do Centro de Ensino Santos Dumont, vários alunos da Comunidade Remanescente de Quilombo Piqui da Rampa já conseguiram acessar a universidade através do SISU (Sistema Unificado de Seleção).
 
 COM INFORMAÇÕES DE: Pirapemas.com


SAIBA MAIS SOBRE A COMUNIDADE QUILOMBOLA
 
 

localizada há 20 km do município de Vargem Grande, a comunidade Piqui da Rampa, Rampa e São Joaquim da Rampa ocupam uma área de 6.418 hectares, que forma o território quilombola chamado de Rampa. O acesso à comunidade se dar por uma estrada de piçarra e estreita, ladeada de capoeiras, árvores frutíferas e moradas de outras comunidades, na sua maioria de taipa e cobertas de telha.

Na década de 90, incentivados e apoiados pela Paróquia de São Sebastião, de Vargem Grande, os moradores da comunidade Piqui da Rampa decidem se organizar e fundam a Associação Comunitária de Piqui da Rampa que, hoje, congrega 34 famílias.
 
O povoado Piqui da Rampa destaca-se pela exuberância de suas belezas naturais como, por exemplo, as mangueiras frondosas e os vários juçarais que circundam suas casas, todas construídas de tijolos e cobertas de telha.

Conta com energia elétrica monofásica, uma pequena igreja construída pelos próprios moradores, um poço artesiano com rede de distribuição, duas escolas (uma do Município e outra do Estado), um grande salão comunitário e um galpão onde são armazenados os equipamentos de uso coletivo e uma casa de farinha.

As famílias são todas negras, vivem da agricultura e da pesca e tem uma médeia de quatro filhos. A maioria é beneficiária do Programa Bolsa Família (PBF), do Governo Federal. Uma quota do Fundo Comunitário, que é formado pelo apurado das atividades da Associação Comunitária e rateado entre eles, complementa com a maior parte a renda das famílias.

A tradição do trabalho coletivo é mantida pela comunidade e ensinada às novas gerações. A relação de parentesco é uma marca da comunidade. A maioria das famílias se diz católica e devota de Santa Luzia. Apresenta como manifestação cultural mais forte o tambor de crioula, que se apresenta nas datas festivas como o Festival da Farinha, o Dia da Consciência Negra, Dia de Finados, Festas Juninas e no Festejo de São Bartolomeu (De 15 a 24 de agosto).
 

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