Traficante mata pastor durante evangelização

"Quando os bons se calam, os maus triunfam"

A morte de um pastor evangélico assassinado por um adolescente traficante por quem tinha orado minutos antes do crime, é um caso alarmante e emblemático. Mostra que o Estado perdeu o controle da situação e por conta disso a violência produzida pelo aumento descontrolado da criminalidade se espalha como uma epidemia gravíssima que produz milhares vitimas inocentes. Infelizmente nem mesmo os que fazem a obra de Deus estão sendo poupados.

A todo instante somos chamados e provocados a tomar posição e partido frente aos dilemas, conflitos, problemas e crises cada vez mais complexos e constantes em nosso dia a dia. 

É bem verdade que não é fácil tomar esta decisão, os fatos estão cada vez mais confusos, e se posicionar com firmeza é uma exceção, a maioria prefere ficar em cima do muro. Alegar neutralidade é a forma mais cômoda de escapar da responsabilidade e fugir do debate.

Gosto muito de uma frase atribuída a Martin Luther King “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons” Considero de minha parte ser impossível ficar inerte, parado e imóvel, ou subir em cima do muro, tenho lado sim, sou parcial sim. Quando optei pelo jornalismo, estava escolhendo minha trincheira, minhas armas e meu exercito.   

A morte do pastor evangélico assassinado por um adolescente traficante por quem tinha orado minutos antes do crime, é um caso alarmante e emblemático. Mostra que o Estado perdeu o controle da situação e por conta disso a violência produzida pelo aumento descontrolado da criminalidade se espalha como uma epidemia gravíssima que produz vitimas inocentes. Infelizmente nem mesmo os que fazem a obra de Deus estão sendo poupados.
   
Marco Aurélio Bezerra de Lima, de 48 anos, pastor presidente da igreja evangélica Assembleia de Deus Ministério Missão sem Fronteiras, em Belford Roxo, município localizado na Região Metropolitana do estado do Rio de Janeiro, há 20 anos desenvolvia e liderava um trabalho de evangelização em comunidades da região, onde mantinha uma casa de recuperação para dependentes químicos.



O pastor que fazia a evangelização de traficantes na entrada da favela Gogó da Ema, em Belford Roxo, na tarde da ultima sexta-feira (11), estava em um carro dirigido por um amigo, quando foi abordado por um adolescente de 16 ano,   que seria traficante e estaria visivelmente drogado que não o conhecia. Marco Aurélio teria se identificado como pastor evangélico, conversado com o criminoso e feito uma oração por ele. Em um momento, a vítima, que recentemente fez uma operação na perna esquerda, teria se abaixado para coçar a perna e pegar uma moleta, o suspeito teria se assustado e baleado o pastor. O tiro atingiu o tórax e Marco Aurélio foi levado para o Hospital Municipal onde teria chegado sem vida.


O corpo do religioso foi enterrado na tarde do sábado (12), às 17h, no Cemitério da Solidão, em Belford Roxo. Marco Aurélio foi candidato a vereador pelo município de Belford Roxo, em 2012, pelo DEM.

Familiares, amigos e religiosos manifestaram tristeza pela  morte do pastor e também prestaram homenagens. Milhares de mensagens foram publicadas nas redes sociais.  
"vamos sentir saudades deste homem de Deus que, com todas as suas falhas era um homem que ajudava, prestativo e fazia de tudo pelo seu próximo" /"Descanse em paz, meu eterno pastor. Muito triste, logo o senhor que estava sempre orando pedindo para Deus libertar e livrar estes caras"
Nesta segunda-feira (14) um adolescente de 16 anos se entregou na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), ele confessou ter atirado contra o pastor. Nunca a poesia do pastor luterano Martin Niemöller foi tão atual como em nossos dias:

“Um dia, vieram e levaram meu vizinho, que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei. No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho, que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei. No terceiro dia, vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei. No quarto dia, vieram e me levaram. Já não havia mais ninguém para reclamar.”

Comentários