Mutirão do glaucoma chega a Miranda do Norte neste domingo
A Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão e a Secretaria Municipal de Saúde de Miranda do Norte, em parceria com o Hospital da Visão do Maranhão realizam neste domingo (22), o mutirão de atendimentos de consultas para diagnósticos e tratamento do glaucoma.
O atendimento acontece no Hospital Municipal Pedro Vera Cruz, a partir das 7h30 da manhã. Para participar das consultas, basta comparecer portando cópia da identidade e do cartão do SUS.
PROGRAMA DO GLAUCOMA
O Programa do Glaucoma, criado pelo Ministério da Saúde (MS), presta atendimento à população pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com equipe formada por oftalmologistas e técnicos de enfermagem. O objetivo do ‘mutirão do glaucoma’ é realizar o diagnóstico precoce e encaminhar o paciente para tratamento adequado.
Nos atendimentos são feitos exames, como a campimetria, que avalia, com alta precisão, falhas no campo de visão central e periférica do paciente; a tonometria, processo de medição da pressão interna do globo ocular; e fundoscopia, exame que utiliza luz e lentes de aumento para avaliar as estruturas do fundo do olho, como vasos, retina e nervo óptico em área central. Todos os exames necessários são feitos para que o oftalmologista tenha o diagnóstico preciso de glaucoma.
O oftalmologista Heron Simões, cirurgião e diretor do ‘Programa do Glaucoma’ no Maranhão, avalia a realização de mutirões como uma oportunidade para a população distante da capital ter acesso às consultas e obter orientações sobre outras doenças que acometem a visão. “Além da consulta, o paciente já recebe o colírio para aplicar durante três meses. Não há gasto nem para a compra do medicamento, graças aos esforços dos governos federal, estadual e municipal, que criaram o ‘Programa do Glaucoma’ no país, facilitando o acesso de comunidades distantes para usufruírem por mais tempo do dom da visão”, destacou.
GLAUCOMA
O glaucoma é uma doença que atinge o nervo óptico e envolve a perda de células da retina responsáveis por enviar os impulsos nervosos ao cérebro. A pressão intraocular elevada é um fator de risco significativo para o desenvolvimento do glaucoma, não existindo, contudo, uma relação direta entre um determinado valor da pressão intraocular e o aparecimento da doença, ou seja, enquanto uma pessoa pode desenvolver dano no nervo com pressões relativamente baixas, outra pode ter pressão intraocular elevada durante anos sem apresentar lesões.
Se não for tratado, o glaucoma leva ao dano permanente do disco óptico da retina, causando uma atrofia progressiva do campo visual, que pode progredir para cegueira. Um dos principais sintomas da doença é a perda da visão periférica na fase inicial. No começo a perda é sutil, e pode não ser percebida pelo paciente, por isso é importante a realização dos exames, inclusive em casos de perdas moderadas a severas.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o glaucoma é responsável por 10% dos casos de cegueira. A doença é ocasionada pelo dano no nervo óptico devido ao aumento da pressão nos olhos. Estima-se que entre 2% e 3% da população brasileira acima de 40 anos possam ter a doença, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Doenças como diabetes, hereditariedade, miopia e lesões oculares são as principais causas do glaucoma.
Na maioria dos casos, o glaucoma atinge os dois olhos e é a herança genética que influencia no aparecimento da enfermidade. As pessoas com mais de 50 anos, com histórico familiar da doença, afrodescendentes e pacientes com pressão do olho elevada devem se submeter a um exame oftalmológico para verificar a existência do glaucoma. Porém, a doença não é exclusiva de pessoas acima desta idade. “Há outros fatores que podem ocasionar o glaucoma. Existem casos em que bebês já nascem com a doença, é o chamado glaucoma congênito, que é resultado de uma má formação que, se não diagnosticada em tempo hábil, pode levar à cegueira irreversível. A criança precisa fazer o teste do olhinho para detectar esse tipo de glaucoma. E tem também o glaucoma secundário, em que geralmente um trauma ocular ou processos inflamatórios e, ainda, o uso desnecessário de colírios de corticoide podem ocasionar a doença”, comentou o médico. O tratamento mais comum é feito com colírios que controlam a pressão intraocular, mas há casos em que é necessário procedimento cirúrgico.
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