Para onde caminha o jornalismo?
- Feliz 07 de abril - Dia do Jornalista -
A desregulamentação da profissão resultou na desvalorização da formação superior em Comunicação Social, que trouxe a precarização do emprego, como se não bastasse o sub emprego, logo vieram as demissões em grande escala, motivadas pela redução do numero de vagas no mercado de trabalho, fruto da modernização, mas também da grave crise econômica que obrigou muitos veiculos a encerrar suas atividades..
O resultado de todo este desmonte desaguou em um jornalismo cada vez mais amador e feito de qualquer jeito, resultando em perda de qualidade, já que falta cada vez mais, apuração, senso crítico, capacidade moral, ética, acadêmica e intelectual aos que se insurgem como novos mediadores da informação.
A facilidade de acesso as redes sociais criou em muitos a falsa impressão de quer para ser jornalista basta esta ativo na rede mundial de computadores e relatar os fatos, frente a todo esse caldo de precarização o leitor consciente vai ficando cada vez mais exigente e passa a cobrar um jornalismo de qualidade que atenda a sua necessidade cada vez maior por informação qualificada. Desiludido com o que encontra, o leitor passa a criticar e a desacreditar do jornalismo que lhe é oferecido.
No meio deste embate está o jornalista profissional. Habilitado para o exercício da profissão, excluído do mercado e desmotivado, ele busca apenas uma oportunidade para mostrar seu talento e suas habilidades. O mercado formal parece está desaparecendo, é hora do jornalista se reinventar, buscar novas habilidades, inovar, criar espaços e arriscar novos caminhos.
Um certeza está cristalizada, o jornalismo qualificado e feito com profissionalismo nunca vai desaparecer, sempre haverá espaço garantido para contar boas histórias e relatar os fatos que marcam o nosso mundo. Parabéns caros colegas pela passagem do dia dedicado ao Jornalista, tão desvalorizado e esquecido quanto nós profissionais operários da notícia.
Concluo este breve ensaio parafraseando o sociólogo, jornalista, mestre, doutor e pós doutor Ciro Marcondes Filho, que na introdução do livro "Ser Jornalista" fez uma bela descrição do que é SER JORNALISTA.
"Ser jornalista não é ser livre, nem independente, nem poderoso, muito menos acima do bem e do mal. Ser jornalista na maior parte das vezes, é batalhar dia após dia, de sol a sol. Ser jornalista é malhar, ralar, se estressar, se decepcionar, não ser reconhecido, se frustar, recomeçar tudo de novo, tentar novamente, continuar.
Ser jornalista é ter a consciência de que seu trabalho é pequenino, como o de um varredor de rua, de um entregador de gás, de um cobrador de ônibus. É reconhecer que não há trabalhos grandes, apenas trabalhos honestos. E sinceros. Ser jornalista é repassar aquilo que se viu e ouviu, de forma que o outro, aquele que recebe a mensagem, se emocione, se sensibilize, se entristeça ou se anime. É ter a certeza que nada é mais importante que o anonimato de um trabalho decente."
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Jornalista Abimael Costa