Pedro Álvares Cabral morreu pobre e esquecido


Por: Carlito Amaral 
CABRAL X TIRADENTES

A chegada de Cabral não tem a mesma importância da luta de Tiradentes, a sua vitimização imposta pela coroa portuguesa e a sua enorme contribuição no processo de independência do Brasil, como um autêntico líder do movimento nativista e a dedicação da própria vida, que teve fim na forca, no dia 21 de abril do ano de 1792, no Largo Lampadosa, no Rio de Janeiro, são alguns atributos de um mártir. 

A chegada de Cabral, em 22 de abril do ano de 1500, em Porto Seguro, na Bahia é meramente uma posição de demarcação oficial do Reino de Portugal em relação ao Brasil, pois por aqui, além da habitação de índios, vários navegantes já haviam estado na costa brasileira, entre ele Duarte Pereira Pacheco, que esteve no litoral do Maranhão, no município de Turiaçu, em 1498, para verificar se havia invasão dos espanhóis e outros europeus.

Duarte Pacheco representou o governo português no famoso Tratado de Tordesilhas, que dividia o continente americano do Sul. O mesmo Duarte Pacheco também comandou a esquadra de Cabral, pois era um grande conhecedor de náutica e astronomia. 

Pedro Cabral não tinha conhecimento de navegações, mas era de confiança da corte portuguesa. Em janeiro de 1500, o navegador espanhol, Vicente Pizzón esteve no litoral nordestino, em especial em Cabo de Santo Agostinho/PE, mas não podia tomar posse das terras brasileiras, exatamente devido ao Tratado de Tordesilhas. 

Pedro Cabral somente passou pelo Brasil e daqui, partiu para a Índia, onde os portugueses já haviam edificado uma relação comercial e de presença militar desde a conquista de Vasco da Gama. 

Hoje, os historiadores já não falam mais em descobrimento do Brasil e sim tomada de posse oficial. 

Penso que se Cabral, que nasceu em Belmonte/PT e morreu pobre e esquecido em Santarém/PT, tivesse ficado no Brasil, talvez tivesse um melhor reconhecimento dos mídias da época.

*Luiz Carlos Amaral é Secretário de Governo de Cantanhede

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