MATÕES DO NORTE: Prefeito padre Domingos Costa decreta ponto facultativo no Dia de São Raimundo dos Mulundus


Sintonizado com os anseios populares e empenhado em valorizar e fortalecer a cultura e a fé religiosa em todas as sua vertentes, o prefeito de Matões do Norte, padre Domingos Costa baixou decreto instituindo ponto facultativo em Matões do Norte, nesta sexta-feira, 31 de agosto, Dia de São Raimundo dos Mulundus.


A decisão do gestor, se baseia no fato relevante de que nesta data, milhares de devotos de São Raimundo dos Mulundus, viajam de todo o Maranhão, inclusive de Matões do Norte para a a cidade de Vargem Grande com o objetivo de renovar seus votos, pagar suas promessas, e participar da vasta programação religiosa que marca o último dia do festejo.



Considerado um dos maiores festejos religiosos do país, a homenagem a São Raimundo Nonato dos Mulundus, acontece há quase 200 anos no município maranhense de Vargem Grande. O festejo em homenagem ao santo inicia em 22 de agosto com uma grande romaria e segue até 31 do mesmo mês, dia consagrado a São Raimundo Nonato dos Mulundus.

A devoção ao santo iniciou-se no povoado Mulundus, localizado há cerca de 20 km de Vargem Grande. Diz a história que Raimundo Nonato, um jovem vaqueiro da fazenda Santa Maria, onde se localiza hoje o povoado de Mulundus, a 30 km da sede do município de Vargem Grande, quebrou o pescoço quando campeava o gado e o cavalo chocou-se com uma palmeira de babaçu. Três dias depois, o corpo de Raimundo Nonato foi encontrado intacto e um inexplicável perfume recendia no ar.

Aos poucos se criou uma devoção popular em torno do santo vaqueiro, fazendo com que a população recolhesse os pedaços da palmeira para serem usados como produto medicinal.

O peão foi transformado em santo e venerado pelos escravos e moradores, após o milagre que salvou a vida do dono da fazenda. 

Mas o corpo desapareceu, surgindo hipóteses apontadas pelo escritor vargem-grandense Jether Joran Martins: “a Igreja o teria levado para Roma; subiu ao Céu; o povo o carregou etc.” (Histórias & Estórias da Minha Cidade, 2002).

A imagem do vaqueiro doada pela sinhazinha para a capela erguida no local “também desapareceu”, diz o escritor. Porém, D. Luiza Nina Rodrigues (mãe do etnólogo maranhense Nina Rodrigues) mandou vir outra de Portugal. Mas, “para a surpresa dela e do povo, veio a de São Raimundo Nonato da Espanha, libertador dos escravos da Ordem dos Mercedários”.

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