segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

A mão que empunha a caneta está manchada de sangue


SOBRE O FECHAMENTO DO HOSPITAL REGIONAL DE MATÕES DO NORTE

Por: Érico Cantanhede


Fomos tomados de surpresa com a notícia do fechamento do hospital regional de Matões do Norte, independentemente de ser para reforma ou não, como foi colocado em mídias sociais pela SES, este hospital que funciona a pelo menos uns 07 anos fará muita falta para a população de pelo menos uns 15 municípios próximos.

No hospital funcionava uma equipe de médicos cirurgiões, ortopedistas e anestesistas, além enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes administrativos, que agora perderam seus empregos e a população assim ficará desassistida, independentemente do motivo ser a suposta reforma.

Segundo colegas médicos que ali trabalhavam eram realizadas numa média de 250 cirurgias por mês, além de atendimento ambulatorial que era ali realizado, o que servia de um tênue triagem de pacientes para os socorrões da capital maranhense.

O que me deixa estupefato é que independente desse fechamento ser para reforma ou não, percebemos que a saúde maranhense está sendo desmantelada ao longo dos meses haja vista o fechamento da maternidade Maria do Amparo, o fim do ambulatório de especialidades, a retirada de médicos das escalas das UPAS, o fim de especialidades intra-hospitalares de fundamental importância

Ou seja, progressivamente os pacientes estão sendo "empurrados", via ambulancioterapias para os socorrões que agonizam e não suportam mais essa demanda uma vez que estatísticamente mais da metade dos pacientes alocados nas macas e nos corredores são oriundos do interior do estado.

Esse desmanche da saúde pública estadual ocorre diariamente a olhos vistos e muitas vezes "empurrando goela abaixo" de todos, onde muito pouco de fato é feito pelas entidades médicas representativas como o CRM e sindicato dos médicos, além do ministério público em suas pastas para tentar coibir o incremento da  desassistência e consequentemente no aumento do número de sequelados e óbitos principalmente da população mais carente do estado.

A mão que segura a caneta está tendo mais poder de extermínio do que quem empunha uma espada ou outra arma branca ou mesmo uma arma de fogo e essa mesma mão está suja de sangue de tantos conterrâneos maranhenses que estão perecendo por mortes evitáveis.

O que sustenta essa mão é o descaso, a soberba, a ignorância, é a vaidade e a leniência de corroborar com tanta abominação para com o nosso estado que não merece passar por tamanho descalabro.

Érico Cantanhede

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