Por mais que se tente, é impossível mudar o natureza do escorpião




Por: Abimael Costa

Princípios éticos e morais são imprescindíveis para avaliar e aferir o caráter e a personalidade de um indivíduo. 

Suas ações e reações diante das inúmeras situações que se apresentam nas diversas áreas da vida fornecem o incontestável diagnóstico que determina com extrema precisão o perfil deste cidadão.

Mas, falemos por enquanto da ética profissional, quem ocupa um cargo de confiança, de livre nomeação do Chefe do poder, seja ele Executivo ou Legislativo de qualquer das esferas - Municipal, Estadual ou Federal - , sabe entre outras coisas, que o cargo é passageiro, e sua permanência ou não na função é de decisão e
única e exclusiva do chefe do poder que o nomeou, podendo dispor dele - cargo - a qualquer instante.

As principais causas de afastamento de cargos de confiança, tem sido além da quebra de confiança, deslealdade e incompetência para o desempenho da função.

Uma vez rompido por uma das partes o acordo, ou o trato que originou a nomeação, o que se ver, infelizmente na maioria das vezes, é um festival de baixarias protagonizado por aqueles que deixam o cargo.

Ações antiéticas, imorais e covardes, capazes de fazer corar a maioria dos cafajestes e facínoras que povoam nossa região.

Os antes defensores vorazes e intransigentes da gestão, agora, de forma antiética destilam ódio e revolta, disseminando inverdades, intrigas e contendas. 

Esses lamentáveis fatos lembram a parábola do Monge e o escorpião:

Um monge e seus discípulos iam por uma estrada; quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. 

Imediatamente, o monge correu pela margem do rio, entrou na água e tomou o bichinho na mão.

Quando o trazia para fora, o escorpião o picou. Devido à dor, o homem deixou-o cair novamente no rio.

Foi então que o monge pegou um ramo de árvore, adiantou-se outra vez a correr pela margem, entrou no rio, mais uma vez, colheu o escorpião e o salvou.

Satisfeito, o monge voltou à ponte e juntou-se a seus discípulos. Eles, que haviam assistido à cena, o receberam perplexos e penalizados. Um deles, então falou: 

– Mestre, deve estar doendo muito! Mas, porque foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos. Veja como ele retribuiu à sua ajuda. Picou a mão que o salvava. Não merecia a sua compaixão! 

O monge ouviu tranqüilamente os comentários e respondeu sereno: 

Ele agiu conforme a sua natureza e eu de acordo com a minha.


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