Mais um vereador maranhense sai do noticiário político direto para as páginas policiais


Os valores éticos e morais que deveriam em tese nortear a conduta de ocupantes de cargos públicos estão corroídos e em avançado processo de decomposição, eu arriscaria dizer que para muitos destes indivíduos, tais valores talvez nunca sequer tenha existido.

Já não causa nenhum espanto ou surpresa a prisão de lideranças políticas. Vereadores e prefeitos no exercício do mandato ou fora dele, são detidos, condenados e mandados para  a cadeia todos os dias, a acusação é sempre a mesma, apropriação indébita, desvio de recursos públicos, formação de quadrilha e de organização criminosa para roubar o dinheiro do povo.

Nesta terça-feira (13), a  Justiça decretou  a prisão preventiva do vereador do município de Bom Jardim, Antônio Gomes da Silva, mais conhecido como Antônio Cezarino. O mandado foi cumprido imediatamente. A decisão judicial atende pedido da Promotoria de Justiça de Bom Jardim.

ENTENDA O CASO

No dia 3 de julho, o Juízo de Bom Jardim determinou que Antônio Cezarino cumprisse diversas medidas cautelares para não atrapalhar o andamento do processo em que o casal foi denunciado pelo desvio de recursos do Legislativo Municipal em 2014. Entre as medidas impostas, está a proibição de ter contato com testemunhas.

Após saber das determinações, Antônio Cezarino associou-se criminosamente com sua esposa, Ana Lídia, com o vereador Sinego, com seu motorista Márcio Almeida e com seu amigo Márcio Abdon. O grupo saiu em busca de pessoas para assinarem documentos ideologicamente falsos, nos quais constavam que esses indivíduos teriam recebido valores em dezembro de 2014, época do saque da conta da Câmara de Vereadores.

Os contatos teriam sido feitos pessoalmente, por meio de terceiros e de redes sociais.

Depois de tomar conhecimento dos fatos, a Promotoria de Justiça de Bom Jardim ouviu diversas pessoas, que confirmaram que os réus passaram a procurar ex-servidores da Câmara, pedindo que eles assinassem documentos e recibos referentes a pagamento de salários de dezembro de 2014.

O Ministério Público concluiu que a associação criminosa tem aliciado testemunhas e fabricado documentos ideologicamente falsos, com o nítido intuito de atrapalhar os processos criminais em que são demandados. “Os réus têm utilizado suas funções públicas para obterem informações restritas e exercerem poder intimidatório sobre as testemunhas”, afirmou o promotor Fábio Santos de Oliveira.

À esposa de Antônio Cezarino, a ex-presidente da Câmara de Vereadores de Bom Jardim Ana Lídia Sousa Costa, conhecida como Ana Cezarino, foram aplicadas outras medidas cautelares: monitoração eletrônica, proibição de se ausentar do município de Bom Jardim sem prévia autorização judicial e obrigação de comparecer em juízo mensalmente para informar e justificar atividades.

Ana Cezarino também está proibida de manter contato “com todas as testemunhas e indiciados ou acusados dos procedimentos investigativos ou processos criminais relacionados aos fatos objetos da Ação Penal” que motivou a decisão.

O Ministério Público constatou que os demandados estão tentando atrapalhar processo em que são acusados de desviar R$ 100 mil da Câmara Municipal em dezembro de 2014.

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