É possível escapar da Matrix e da "verdade" de rebanho?


Por: Abimael Costa


A maioria infelizmente abre mão de sua individualidade  em troca do sentimento e da segurança de pertencimento, abre mão da autenticidade para pertencer ao grupo. 


É preciso ser aceito, é necessário pertencer a algo, é preciso repetir as palavras que o grupo repete, repetir os gestos que o grupo acha conveniente, pensar como o grupo pensa, acreditar no que ele acredita, eleger a verdade do grupo como minha verdade absoluta.


Minha religião, minha igreja, meu “deus”, meu presidente, meu governador, meu deputado, meu prefeito, meu vereador, meu partido político, meu time de futebol, e uma infinidade de grupos.  O indivíduo sente orgulho em pertencer ao grupo, defende seu grupo e por consequência defende e exalta as verdades que este grupo prega.        


A partir de então a consciência de rebanho se instala e o grupo passa a se achar DONO DA VERDADE, o ELEITO com a missão de combater as terríveis  forças do mal e converter os bárbaros e infiéis.    


Qualquer outro grupo, “rebanho” ou sujeito que pense, fale ou aja diferente dele passa a ser visto como adversário e inimigo em potencial, que deve ser combatido e destruído.   


O velho sistema  - A MATRIX - captura, aliena,  manipula, explora e usa indivíduos, agora transformados em meros “rebanhos” como massa de manobra para atingir seus fins e alcançar seus objetivos. 


Prefiro passar ao largo destes grupos, seguir solitário tal qual um andarilho. O preço a pagar é alto. Custa caro renegar a MATRIX e as verdades que ele prega, mas é necessário fugir do "rebanho", renunciar a Matrix, sob pena se passarmos toda a nossa existência apenas servindo como meros fantoches destas forças inomináveis.

  

“A verdade e a mentira são construções que decorrem da vida no rebanho e da linguagem que lhe corresponde. O homem do rebanho chama de verdade aquilo que o conserva no rebanho e chama de mentira aquilo que o ameaça ou exclui do rebanho. [...] Portanto, em primeiro lugar, a verdade é a verdade do rebanho”


Friedrich Nietzsche


Abimael Costa, 55, jornalista - 30/07/2020


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