quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Considero o jornalismo um sacerdócio e como tal o exerço - FELIZ 2015




Chego ao final de mais  um ano, 2014 se vai, e os 365 dias que ficam param trás não foram embora em vão, eles foram muito especiais porque deixaram marcas, sinais, frutos e sementes. Sem nenhuma hipocrisia, este foi um ano de aprendizagem, de novas experiencias, de busca interior, de conflitos pessoais, e de uma procura cada vez mais  intensa e profunda por respostas para perguntas que talvez nem respostas tenham. 

O ano de 2014 foi um dos melhores anos de minha vida, durante este ano aprofundei minha inquietação em busca de um modo diferente de fazer jornalismo, ampliei minha fuga do sensacionalismo barato e evitei dizer apenas o mais do mesmo, busquei com afinco dizer aquilo que ninguém tinha dito ainda, intensifiquei a tentativa de mostrar os diversos e múltiplos lados da informação, fui ouvir aqueles que não tem vez e nem voz. Tudo isso que aconteceu  comigo em 2014 considero que sejam sementes lançadas ao solo e que germinarão em 2015 e nos anos e décadas que virão. Considero o jornalismo um sacerdócio e como tal o exerço.

Minhas convicções, opiniões e pontos de vista sobre os mais diversos temas, como política, religião, futebol e tantos outros, sempre foram claras e muito transparentes, tenho lado e tenho opinião própria, e os defendo com argumentos lógicos e fundamentados, aceito e respeito contraditório desde que seja apresentado com argumentos plausíveis e fundamentados em bases solidas. Não costumo confundir as amizades com o pensamento e a posição ideológica dos companheiros. 

Em 2015 completarei 50 anos de idade, meio século se passou, e eu hoje tenho mais perguntas do que respostas, mais incertezas do que certezas, a busca interior se amplia com o passar dos anos, a conversa com o EU e cada vez mais profunda, algumas coisas parecem não fazer mais tanto sentido, o olhar ampliado e seletivo parece aguçar o pensamento, fato que provoca auto-avaliações e cobranças cada vez mais intensas e as vezes injustas.

A busca do perfeccionismo é fruto da constatação de que tenho pouco tempo para realizar portanto não tenho mais tempo para errar, sou obrigado a acertar, sob pena de talvez não ter outra oportunidade para tentar. 

Chega de filosofar, afinal hoje é dia de comemorar, festejar e esperar o novo ano de 2015, deixo aqui a minha mensagem de fé, otimismo, paz e muita felicidade a todos os leitores destas linhas, aos que nos acompanham e a todos aqueles  com quem tive a felicidade de compartilhar momentos de alegria, paz e felicidade em 2014. 


FELIZ 2015 A TODOS 

Dedico a todos vocês este lindo texto de Frei Betto

Neste ano-novo, se faça novo, reduza a ansiedade, regue de ternura os sentimentos mais profundos, imprima a seus passos o ritmo das tartarugas e a leveza das garças.

Não se mire nos outros; a inveja mina a autoestima, fomenta o ressentimento e abre, no centro do coração, o buraco no qual se precipita o próprio invejoso.

Espelhe-se em si mesmo, assuma seus talentos, acredite em sua criatividade, abrace com amor sua singularidade. Evite, porém, o olhar narcísico. Seja solidário: estenda aos outros as mãos e oxigene a própria vida. Não seja refém de seu egoísmo.

Cuide do que fala. Não professe difamações e injúrias. O ódio destrói a quem odeia, não o odiado. Troque a maledicência pela benevolência. Comprometa-se a expressar alguns elogios por dia. Sua saúde espiritual agradecerá.

Não desperdice a existência hipnotizado pela TV ou navegando aleatoriamente pela internet, naufragado no turbilhão de imagens e informações que não consegue síntetizar. Não deixe que a sedução da mídia anule sua capacidade de discernir e o transforme em consumista compulsivo. A publicidade sugere felicidade e, no entanto, nada oferece senão prazeres momentâneos.

Centre sua vida em bens infinitos, nunca nos finitos. Leia muito, reflita, ouse buscar o silêncio neste mundo ruidoso. Lá encontrará a si mesmo e, com certeza, um Outro que vive em você e que quase nunca é escutado.

Cuide da saúde, mas sem a obsessão dos anoréticos e a compulsão dos que devoram alimentos com os olhos. Caminhe, pratique exercícios, sem descuidar de aceitar as suas rugas e não temer as marcas do tempo em seu corpo. Frequente também uma academia de malhar o espírito. E passe nele os cremes revitalizadores da generosidade e da compaixão.

Não dê importância ao que é fugaz, nem confunda o urgente com o prioritário. Não se deixe guiar pelos modismos. Faça como Sócrates, observe quantas coisas são oferecidas nas lojas que você não precisa para ser feliz. Jamais deixe passar um dia sem um momento de oração. Se você não tem fé, mergulhe em sua vida interior, ainda que por apenas cinco minutos.

Arranque de sua mente todos os preconceitos e, de suas atitudes, todas as discriminações. Seja tolerante, coloque-se no lugar do outro. Todo ser humano é o centro do Universo e morada viva de Deus. Antes, indague a si mesmo por que, às vezes, provoca nos outros antipatia, rejeição, desgosto. Revista-se de alegria e descontração. A vida é breve e, de definitivo, só conhece a morte.

Faça algo para preservar o meio ambiente, despoluir o ar e a água, reduzir o aquecimento global. Não utilize material que não seja biodegradável. Trate a natureza como aquilo que ela é de fato: a nossa mãe. Dela viemos e a ela voltaremos. Hoje, vivemos do beijo na boca que ela que nos dá continuamente: ao nutrir cada um de nós de oxigênio e alimentos.

Guarde um espaço em seu dia a dia para conectar-se com o Transcendente. Deixe que Deus acampe em sua subjetividade. Aprenda a fechar os olhos para ver melhor.

Feliz 2015!

Frei Betto é escritor, autor de “A arte de semear estrelas” (Rocco), entre outros livros.

Depois de denúncia anônima, adolescentes vitimas de agressão e cárcere privado são libertadas




Denuncie! Ligue 3223 5800 (Capital) ou 03003135800. Whatsapp (98) 99224 8600!

O Disque-Denúncias recebeu 12.237 ligações denunciando crimes contra crianças e adolescentes na Grande São Luis no período de 2008 a agosto de 2014, somente nos oito primeiros meses de 2014 foram registrados 1.314 denúncias de violência contra crianças e adolescentes.  

O papel da população é essencial no sentido de denunciar práticas criminosas contra crianças e adolescentes. "É preciso romper com o pacto de silêncio que encobre as situações de abuso e exploração contra crianças e adolescentes. Não se pode ter medo de denunciar. Essa é a única forma de ajudar essas vítimas" enfatiza o coordenador do Disque-Denúncia, Erik Moraes.

Duas adolescentes vitimas de agressão física e que eram mantidas em cárcere privado foram localizadas e libertadas pela polícia em São Luis.

As duas jovens, uma de 15 e outra de 17 anos,  são do interior do estado, mais precisamente da baixada maranhense, do município de Penalva, distante 255 quilômetros da capital. Após denúncias anônimas feitas ao Centro Integrado de Polícia e Segurança (Ciops), elas foram encontradas na manhã de terça-feira (30), em uma casa no bairro Divineia em São Luis. 

Segundo as denúncias, as jovens teriam vindo para São Luis após receberem proposta de trabalho feita por Diana Cristina Santos Lavras, de 34 anos, a dona da casa onde as adolescentes foram encontradas. Diana foi presa acusada de agressão e cárcere privado, encaminhada com testemunhas e vitimas para  a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (Dpca) e em seguida transferida para o Presidio Feminino do Complexo de Pedrinhas.

Exames de corpo de delito feitos nas vitimas confirmaram que as duas sofriam agressões, as jovens foram levadas para casa de familiares na capital e devem retornar para Penalva ainda esta semana.

De acordo com a Secretaria de Inspeção do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego, desde o início do ano, auditores fiscais flagraram 3.432 crianças e jovens trabalhando em todo o Brasil. Os dados foram apresentados na última sexta-feira, e apesar de ser um número inferior ao registrado no ano passado, quando foram detectados 5.382 casos, representa a dificuldade do país em atingir a meta de erradicar o trabalho infantil até 2020.

SAIBA MAIS 

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD, de 2012), 3,5 milhões de crianças e adolescentes entre cinco e 17 anos de idade continuam sujeitas ao trabalho infantil. No Maranhão, segundo a mesma pesquisa, 19% da população entre 10 e 17 anos trabalha. O estado é o quarto no ranking do Nordeste, com cerca de 144 mil crianças exploradas, a maioria em atividades ligadas à lavoura e à pecuária. 

Em comparação ao número de habitantes, o Maranhão é o que mais explora a mão-de-obra infantil: 6% das crianças e adolescentes trabalham no estado. Isso significa mais de 200 mil maranhenses. No ranking do trabalho infantil no Brasil, o Maranhão ocupa o terceiro lugar.

Conforme levantamento feito pelo Observatório Social de São Luís, baseado no Censo IBGE 2010, as regiões da Cidade Olímpica, Coroado/Monte Castelo/João Paulo, Janaina/Riod, Divinéia, Cohatrac, Forquilha, Cohama e Centro são as que apresentam o maior número.

O trabalho doméstico é proibido para o menor de 18 anos conforme legislação, pois o mesmo está inserido na lista das piores formas de trabalho (convenção 182), portanto este trabalho infringe a lei que determina que seja proibido o trabalho insalubre e perigoso ao menor de 18 anos.

Por trabalho infantil doméstico adota-se o entendimento de Alberto (2006) que
diz que trabalho infantil é: afazeres domésticos de cuidar de casas, pessoas, feitos para a própria família ou para terceiros em troca de remuneração ou não, por crianças e adolescentes de até 17 anos de idade.

CAUSAS

Não existe uma causa especifica que leve a criança e o adolescente ao mundo do trabalho, existem toda uma combinação de fatores que juntos ou separados acabam por explorar a mão de obra infantil. No trabalho infantil doméstico existem vários fatores que contribuem com a inserção da criança ou adolescente neste ramo de atividade, entre eles está o fato de este não ser considerado um trabalho pesado ou degradante que interfira de algum modo no crescimento da criança; para outros este trabalho não é visto como um trabalho e sim como uma “ajuda” complementar ao rendimento da família(MOREIRA E STENGEL, 2003).

Legitimado pela sociedade, como um trabalho normal, que não interfere no desenvolvimento da criança, o trabalho infanto-juvenil doméstico assume várias facetas,pois pode ser realizado em casa de terceiros, na própria residência para a família, na casa de parentes, vizinhos, podendo ser remunerados ou não. Decorre daí sua invisibilidade, pois não é um trabalho que possa ser facilmente identificado, pois está camuflado atrás de ideologias como: “educar ou preparar para a vida”, “Ajuda a família”.


CONHEÇA MAIS SOBRE TRABALHO INFANTIL


terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Hildo Rocha, político experiente, trabalhador, atuante e eficiente






 Por: Marco D'Eça



Hildo Rocha: um perfil…

É natural que ao término das campanhas eleitorais os competidores queiram descansar.

Após o pleito, muitos viajam, outros se recolhem, alguns somem, desligam os celulares, trocam de número e desaparecem. Mas existem aqueles que conseguem manter um ritmo de trabalho semelhante ao do período de campanha.

É o caso do Deputado Federal eleito Hildo Rocha.

Eleito com 125.521 votos, o novo deputado federal mantém diariamente contatos com prefeitos e lideranças, participa de eventos, visita aliados, participa de inaugurações e, nos dois encontros promovidos pelo PMDB, em Brasília, Hildo Rocha teve boa desenvoltura, dando claros sinais de que tem muito a contribuir para o bom desempenho da legislatura que será iniciada em fevereiro de 2015.

Até mesmo nos finais de semana, Hildo Rocha participa de eventos.

No último sábado (27), participou da confraternização dos servidores da Secid; no dia seguinte, marcou presença no almoço com lideranças e moradores do Bairro de Fátima onde foi homenageado pela Diretoria da Associação Carente São Benedito.

Ao manter intensa agenda de compromissos, após a eleição, Hildo Rocha demonstra devoção pela vida pública, atividade que exige dedicação integral.

Até os mais severos críticos do novo parlamentar reconhecem: Hildo Rocha é trabalhador. O comportamento pós-eleição indica que esse traço da sua personalidade se mantém inalterado.

A trajetória política de Hildo Rocha é suficiente para explicar sua votação.

Vereador criativo e inovador: autor da Lei Municipal que permitiu a geminação da cidade de Cantanhede em Portugal com a Cantanhede maranhense. Com essa iniciativa, as duas cidades passaram a ser oficialmente irmãs, facilitando o intercâmbio cultural e outras ações relevantes para as duas cidades.

Prefeito com visão futurista:modernizou a administração púbica municipal transformando Cantanhede em referência nacional especialmente nos setores da Educação, da Ação Social e da Reforma Agrária.

Municipalista fervoroso: Hildo Rocha fortaleceu a representatividade da Federação dos Municípios do Maranhão (FAMEM) e colocou a instituição no centro dos debates locais e nacionais em defesa das causas municipalistas.

Articulador eficiente: na Secretaria de Assuntos Políticos exerceu importante papel no aprimoramento das relações institucionais entre o Governo Estadual, as prefeituras e demais órgãos da administração Federal.

Gestor competente: Na Secretaria de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano, implantou o Programa Viva Desenvolvimento Urbano, iniciativa por meio da qual o Governo do Maranhão está realizando centenas de obras de infraestrutura e saneamento ambiental em quase todos os 217 municípios maranhenses.

A expressiva votação não aconteceu por acaso.

Hildo Rocha é um político experiente, trabalhador, atuante e eficiente.

Seu perfil inspira credibilidade.

Que na condição de deputado federal, consiga suportar o peso dos 125.521 votos recebidos e represente o Maranhão com a necessária honradez.

sábado, 27 de dezembro de 2014

Garota de 16 morre em colisão entre motocicletas





Segundo dados da Polícia Rodoviária federal no período de 20 a 25 de dezembro de 2014 foram registrados 49 acidentes nas rodovias federais que cortam o Maranhão, destes, 12 foram classificados como graves, 40 pessoas ficaram feridas e 17 morreram nestes acidentes. Vale lembrar que a PRF não contabiliza os acidentes registrados nas rodovias estaduais, as chamadas MAs e os ocorridos no perímetro urbano dos municípios.

Na madrugada de quinta-feira (25), por volta das 4h da manhã, uma colisão entre duas motocicletas resultou na morte de duas pessoas e outras duas estão internadas em estado grave em um hospital da capital.



Distante 550 quilômetros da capital Maranhense, a cidade de Godofredo Viana fica a cerca de 9 quilômetros da sede do município de Cândido Mendes, as duas cidades são interligados pela MA-101.

Uma motocicleta modelo Broz conduzida por um homem identificado por Vando e uma moto modelo Biz com três ocupantes colidiram na madrugada de quinta-feira (25). O acidente aconteceu na MA-101, entre os municípios de Godofredo Viana e Cândido mendes.

Vando, o condutor da broz, morreu ainda no local do acidente. Em estado grave, as outras três vitimas que estavam na Biz, foram socorridas e encaminhadas para o hospital de Cândido Mendes.

Devido a gravidade dos ferimentos os três jovens foram transferidos para um hospital particular em Belém do Pará. Anny Sthefany de 16 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu antes de chegar a capital paraense. 

As vitimas identificadas como Junior e Thayse permanecem em coma e internados em estado grave no Hospital Metropolitano em Belém do Pará. 

 "Na maioria das festas na região de Carutapera a Cândido Mendes, passando por Luis Domingues e Godofredo Viana vem acontecendo essas fatalidades, já é hora de se criar uma política de segurança no trânsito para região montando operações mais rígidas nas saídas das cidades, com certeza teríamos mais segurança no trânsito e menos óbitos na região" é o que ressalta o leitor Reinaldo Cruz, ao lamentar o grave acidente.




terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Quatro crianças mortas no final de semana no Maranhão




Além do extermínio de jovens e adolescentes negros nas periferias da grande São Luis, da cooptação cada vez mais precoce destes adolescentes pelos grupos criminosos, do trabalho infanto juvenil acontecendo abertamente no Centro Comercial da capital Maranhense como se fosse algo normal e natural, neste final de semana QUATRO crianças morreram vitimas de acidente no interior do estado.

Promulgado em 13 de julho de 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente prestes a completar 25 anos foi responsável por grandes avanços, mas infelizmente ainda somos obrigados a reconhecer que muito ainda precisa ser feito para que direitos de crianças e adolescentes sejam garantidos em sua plenitude. É preciso que a sociedade participe de forma mais  consciente e ativa da defesa e garantia dos direitos de crianças e adolescentes, denunciando, cobrando  e  efetivando estes direitos. 

Está explicito no Artigo 227 da Constituição Federal: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

Na manhã de domingo (21), uma criança de cinco anos morreu após ser atropelada por um caminhão. Na tarde de domingo (21), uma criança de 11 anos morreu após ser atropelada por uma caminhonete que era conduzida pela própria mãe. Na tarde de segunda-feira (22), duas crianças uma de sete e outra de oito anos de idade morreram afogadas em um açude.


A criança de cinco anos morreu depois de ser atropelada por um caminhão no bairro Industrial, no município de Amarante, distante 855 quilômetros de São Luis. Segundo informações da policia o condutor do veiculo não teria visto a criança que estava brincando na rua. O motorista abandonou o caminhão e evadiu-se do local do acidente.


Em Itapecuru Mirim, município localizado a 108 quilômetros da capital,  uma caminhonete atropelou e matou uma criança de 11 anos de idade, o acidente aconteceu na tarde de domingo (21), em um sitio da família da vitima. Segundo informações o veiculo era conduzido pela mãe da vítima, e o acidente teria ocorrido quando a mãe manobrava a caminhonete e ao engatar a marcha ré, não viu o garoto, que foi prensado contra uma árvore. O garoto foi socorrido imediatamente e encaminhado para o hospital da cidade onde já chegou sem vida.  

Na tarde de segunda-feira (22), Everton Sousa de Oliveira de 8 anos e Laerton Alexandre Sousa de Oliveira de 7 anos, morreram depois de caírem dentro de um açude localizado em um sitio no município maranhense de Pedreiras, distante 245 quilômetros de São Luis.

Segundo informações, Everton teria se desequilibrado e caído da parte alta do açude, na tentativa de se salvar, teria tentado se segurar no irmão Laerton Alexandre, levando os dois a caírem dentro d,água e se afogarem. 

As crianças moravam em Marabá e tinham chegado à Pedreiras no ultimo final de semana para passar o Natal na casa dos avós. Esta era a primeira vez que eles vinham a Pedreiras. 





domingo, 21 de dezembro de 2014

O filho mais ilustre do Maranhão despede se do Senado após 60 anos de vida pública


A despedida de José Sarney


A despedida de José Sarney


Em uma sessão marcada pela emoção, o senador José Sarney se despediu da Casa na qual exerceu nada menos do que cinco mandatos, dois pelo Maranhão e três pelo Amapá. Quando a sessão desta quinta-feira (18/12) do Senado Federal foi aberta, às 14 horas, apenas três senadores estavam no plenário. Mas, assim que Sarney – sem alarde nem aviso prévio – ocupou a tribuna e iniciou seu derradeiro discurso, muitos parlamentares correram ao plenário para acompanhar o momento histórico, a despedida do político que por mais tempo exerceu mandatos na história do parlamento brasileiro: nada menos do que 60 anos entre Câmara dos Deputados e Senado Federal.

Foi um discurso singelo, que teve como alicerce o sentimento da gratidão. Mas também foi um pronunciamento contundente. Parlamentarista convicto, Sarney defendeu uma reforma política de verdade, e fez severas críticas ao modelo atual, que transforma partidos em balcões de negociação e em cartórios controlados por poucos. Ele também se mostrou preocupado com a radicalização de posições que recrudesce a cada eleição. “O País está dividido, e cresce uma coisa nova na política que nunca vi no Congresso: o ódio. Essa não é uma tradição brasileira, vamos conjurá-lo. É hora de conciliar o país”, disse Sarney.

Sua última contribuição como parlamentar será a reapresentação do projeto de autoria dele que cria o Estatuto das Estatais. Um texto que, se aprovado, reforçará os mecanismos de fiscalização e controle das empresas públicas.

Apesar da apreensão com o momento atual do país, Sarney concluiu seu discurso com uma poética mensagem de esperança: “Ai, meu Senado, tenho saudades do futuro”.

Acompanhe, na sequência, a íntegra do discurso de despedida do senador José Sarney na tribuna do Senado Federal:

Agradecimento e lembrança

Esta é a última vez que ocupo a tribuna parlamentar, que frequentei desde 1955. Sou supersticioso e avesso a adeus e a despedidas.
Mas não posso fugir ao dever e sentimento da alma, de que falava Bergson, de deixar nos Anais do Senado a avassaladora emoção que me domina: a da gratidão.

Só ela me obriga a não seguir o meu desejo de sair como entrei, pálida e modestamente.

Gratidão ao povo do Amapá, que me deu três mandatos de Senador.
Gente boa, generosa, humana, trabalhadora e que vai cumprir o destino de construir um dos maiores estados da Amazônia.

Gratidão ao povo do Maranhão, minha terra, minha paixão, onde meus olhos se abriram para o mundo.

Ao povo brasileiro, que me deu a oportunidade de ser Presidente da República, contribuir para melhorar a vida de nossa gente, fazer a transição para a democracia — com os tempos de maior liberdade, plenos direitos civis, verdadeira cidadania — e construir uma sociedade democrática. Só Deus é testemunha do que isso me custou e das cicatrizes que até hoje sangram.
Governador do Maranhão em 1966, vejo o Estado hoje com o 16º PIB do Brasil, acima de Mato Grosso do Sul; com o 2º complexo portuário do Brasil, o Itaqui; como o Estado que mais cresceu — 10,3% —, índice chinês; com o 13º lugar em criação de empregos e grande atração de investimentos; com a 2ª melhor relação dívida/receita do País — 0,41 —, absoluto controle das contas públicas e responsabilidade fiscal; com as despesas com saúde tendo crescido 138% diante dos 39% que cresceu o Brasil, com educação, tendo crescido 75% contra 22% do Brasil, com segurança pública, tendo crescido 53% contra 16% do Brasil. A Ferrovia Norte-Sul, velho sonho, o integra ao Planalto Central.

Deixo o Amapá — que encontrei com a economia dependendo do cheque dos funcionários públicos e com energia racionada — com Zona de Livre Comércio consolidada e grande dinamismo mercantil. Criei a Zona Franca Verde, de aproveitamento de produtos regionais; três hidrelétricas, uma já em funcionamento, a de Santo Antônio, e duas em construção, Caldeirão e Ferreira Gomes; o Linhão do Tucuruí chegando até Macapá, integrando o estado ao sistema elétrico nacional e levando fibra ótica para Banda Larga — e hoje o Amapá é exportador de energia elétrica; a ponte sobre o Oiapoque, ligando-o à Guiana Francesa; iniciei a BR-156, do Oiapoque a Macapá, com quase 900 quilômetros, hoje em fase final; instalei o porto de containers e promovi sua independência de Belém com a criação da Companhia Docas de Santana. Criei a Universidade Federal do Amapá; levei o Hospital da Rede Sarah; consegui a transferência das terras da União para o Estado, que não tinha terras, falha da Constituição de 88.

Evitei por duas vezes o fechamento do Projeto Jari e levei investidores para a área mineral, hoje, polo vocacionado do Estado.

Sem ser nenhuma vez executivo no Amapá, consegui estas conquistas, além de terem passado por minhas mãos quase todos os benefícios, verbas e melhorias do funcionalismo.

Gratidão ao Senado, por sua História — poderosa História! —, responsável pela unidade nacional, cujos Anais foram objeto de longas noites de leitura e de aprendizagem com seus homens públicos, verdadeiros fundadores do País, que é uma construção do Poder Civil.

Deixo minha participação na construção e modernização dos nossos sistemas de comunicação e informática, e nas reformas administrativas que fazem da Casa exemplo de eficiência e inovação. Renovei, em vários concursos — dos mais difíceis do País —, o nosso quadro de pessoal.

Minha gratidão aos funcionários. Com eles estabeleci uma relação de empatia, admiração, carinho e orgulho de conviver. Dos mais humildes aos dos mais altos escalões.

Devo ressaltar o quanto me alegraram — porque espontâneas, simples e carinhosas — as homenagens que me foram feitas pela área de comunicação e pela biblioteca, que posso chamar de casa querida, pelo seu extraordinário trabalho a favor de um grande amigo, o livro, e onde o Coral do Senado me comoveu surgindo de repente de entre os assistentes.

A eles agradeço do fundo do coração, repetindo o que já disse centenas de vezes: o quadro de funcionários do Senado é um dos melhores do País.
Gratidão a Deus pela graça da longa vida que me deu por meio de minha Mãe e meu Pai, e às estrelas com que encheu minhas mãos.

Gratidão aos meus colegas, Senadoras e Senadores, pela consideração com que sempre me tratam e pelo apoio que me deram. A política tem essa virtude: a convivência e a convergência de ideias, o afeto e a intimidade que nos ligam no dia a dia nos fazem amigos.

Sempre cultivei o diálogo e a paz, a solução consensual e o encontro de caminhos que respeitassem os pontos de vista comuns.

Deus me poupou do sentimento do ódio e do ressentimento, da inveja e do desejo de vingança. Nunca tive inimigos e mesmo com os adversários tive sempre um convívio em que os tratei com cordialidade e amizade.

Quero deixar também alguns pontos de vista que considero importantes.
Minha causa parlamentar foi a da cultura. Por ela lutei e para ela deixei alguns instrumentos.

Quando me afastei para ocupar a Vice-Presidência da República, reapresentei o projeto de incentivos fiscais à cultura, que vinha de longe, e que depois foi aprovado, tornando-se a Lei Sarney, de que tanto me orgulho.

Esperei, para relatar, a nova proposta de Lei de Incentivos à Cultura. Não houve tempo. Passo esta bandeira à Senadora Martha Suplicy, que tão bem a conhece. Quero lhes dizer que passei muitos anos lutando pela ideia de que é importante que o Estado viabilize o investimento na atividade cultural. As consequências são individuais, pois cada obra de arte é uma criação única, que, materializada, assume vida própria e exprime a essência dos sentimentos de um povo; e são coletivas, pois o caminho para um País manter sua identidade, tornar-se forte, é a cultura. Não há grande nação que não tenha uma grande cultura.

E — já assinalava quando apresentei meu primeiro projeto em 1972 — a cultura pode ser também uma importantíssima fonte de renda para os países. Vejam os Estados Unidos, vejam a Europa, vejam sua participação, direta e indireta, nos PNBs de tantos países. Assim, o incentivo à cultura tem um retorno que não é somente imaterial — o que já o justificaria —, mas que é também econômico.
Muitos outros problemas da cultura me ocuparam em minha vida política. Criei o próprio Ministério da Cultura. Mas tenho me preocupado muito nos últimos anos com a política do livro e da leitura. Propus e foi aprovada a Política Nacional do Livro, e foi mandada para a Câmara dos Deputados minha proposta do Fundo Nacional Pró-Leitura. A leitura é uma das peças chaves da formação dos jovens, do conhecimento dos adultos. É lendo que se abrem as portas, os horizontes da imaginação, a capacidade de compreender e a esperança de transformar o mundo.

De muitas outras coisas gostaria de falar hoje.

Já lhes disse que me preocupa o problema da educação no Brasil. Recursos temos. A qualidade é o profundo abismo. Penso que é necessário pensar com uma visão mais voltada para o futuro, sem esquecer as lições do passado. Os objetivos do Plano Nacional de Educação são ambiciosos e tecnicamente muito fundamentados, mas não são suficientemente ambiciosos. As palavras-chaves são tecnologia e inovação. Os currículos, a infinidade de matérias são atrasos. Trabalhemos na formação de professores, nos centro de treinamento.

A libertação do homem se fez pela educação: ela propiciou as oportunidades e, ao mesmo tempo, os instrumentos para se descobrirem as potencialidades da humanidade. Devemos abrir os olhos para o futuro. Temos que fazer uma revolução na educação. Repito: não se pode invocar falta de recursos, já destinamos recursos consideráveis a ela: o que tem faltado é inovação. O mais importante é aprender a estudar e aprender a aprender, criar gosto pelo conhecimento, pela descoberta cultural.

Não adianta a idolatria a máquinas, colocando-se computadores nas salas de aula, lousas digitais nas escolas, se não tivermos pessoal qualificado que, preparado, possa operá-las. As escolas não devem ser um depósito de máquinas, mas sim contar com elas para utilizar novas metodologias.

O ensino a distância, o uso da televisão, de que fui precursor criando a TV Didática no Maranhão, há quase cinquenta anos, é um caminho que precisa ser mais bem aproveitado. Lembro o nível de excelência com que no século passado surgiram aulas como Civilização, de Kenneth Clark, ou Cosmo, de Carl Sagan. Assisti a esses programas equivalia a seguir cursos inteiros de aulas convencionais.

O desafio de encontrar novas linguagens que usem de forma atraente e eficiente o imenso repertório de novas tecnologias precisa ser respondido pelos nossos educadores. De sua resposta depende o nosso futuro.

Não podemos perder a visão do futuro. Estamos no mundo da ciência e da tecnologia. O Brasil está atrasado. Nossas últimas descobertas de ponta foram do tempo em que ocupei a Presidência da República: enriquecimento de urânio, fibra ótica, fabricação de satélites, semicondutores… Nossos avanços hoje ficam por conta da agroindústria.

A falta de reforma administrativa é responsável, em grande parte, por nosso emperramento.

Outro tema de que tenho tratado repetidamente nestes quase sessenta anos que se passaram desde que cheguei ao Parlamento é o da reforma política.
Já denunciei à exaustão que o nosso sistema eleitoral apodreceu. Já tentei de todas as maneiras despertar o Congresso Nacional para a necessidade de mudanças profundas. O voto proporcional uninominal é o pior sistema eleitoral possível. Com ele não há saída. Eu, pessoalmente, há muito defendo o voto distrital misto, metade majoritário e metade lista fechada.

Precisamos evitar a proliferação de partidos, verdadeiros cartórios de registros eleitorais, que só servem para negociações materiais. A maioria deles é dirigida por comissões provisórias, maneira encontrada para criar feudos pessoais. É preciso estabelecer a obrigatoriedade de que pratiquem integralmente uma democracia interna, de maneira que sejam dirigidos pela vontade da maioria.
O financiamento de campanhas tem que ser resolvido de maneira a que não haja cooptação de vontades. É preciso ter regras claras para as doações de empresas privadas. Estabeleceu-se uma promiscuidade entre cargos, empresas e setores da administração que apodreceu o sistema em vigor. A solução deste problema não pode ser abordada isoladamente, mas deve ser feita em conjunto com a do sistema partidário.

Precisamos levar a sério o problema da reeleição, que precisa acabar, estabelecendo-se um mandato maior. Também, com o exemplo do meu erro e com arrependimento, penso que é preciso proibir os ex-presidentes de voltar a exercer qualquer cargo público, mesmo eletivo.

Já expressei minha convicção de que precisamos caminhar, a passos mais ou menos largos, para o parlamentarismo. Apresentei aqui proposta de que avançássemos por etapas, começando com a introdução de um ministro-chefe de governo e terminando com a forma clássica do voto de confiança e a possibilidade de dissolução do parlamento. O exemplo de como essa caminhada foi possível no Império é útil; mas eles levaram um tempo nessa transformação de que não dispomos.

A Presidente Dilma marcará a História do Brasil se fizer essa mudança de regime.

Ainda no espaço da reforma política, temos que ter a coragem de acabar com a medida provisória. Elas deformam o regime democrático: o executivo legisla e o parlamento fica no discurso. As leis são da pior qualidade, e as MPs recebem penduricalhos que nada têm a ver com elas para possibilitar negociações feitas por pequenos grupos a serviço de lobistas. Se tivermos o parlamentarismo, elas não serão necessárias, pois o Congresso passará a agir com maiorias estáveis, unidas, que efetivamente governarão o País.

Passo adiante. Estamos no final da tramitação do novo Código Penal, que provoquei com a criação de uma Comissão de Juristas, como o fiz com outros códigos. Tenho denunciado a violência no Brasil e proposto algumas medidas para ajudar a combatê-la. Estou convencido que o aumento do número de homicídios está diretamente relacionado à famigerada Lei Fleury e ao excesso de possibilidades de defender-se solto. Critico também a suavidade das penas por homicídio, que ainda não é crime hediondo!

Não há nada pior que se tirar a vida de uma pessoa, é o fim de tudo, de todas as esperanças, do presente e do futuro. E não é hediondo! E os assassinos confessos passam livres diante dos familiares da vítima. A pena máxima é de 30 anos, livres com um sexto do seu cumprimento. E se o assassino mata várias vezes, o artigo 75 do Código Penal manda que as penas sejam consideradas em conjunto e reduzidas aos mesmos trinta anos.

Temos o maior número absoluto de homicídios do mundo, que continua crescendo. O último número, do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, para 2013, é 53.646 assassinatos. Nosso índice por 100 mil mortes é de 27, muito acima dos de nossos vizinhos, mais acima ainda do que os de países como China, Japão, Inglaterra, França…

Ainda existem, no Brasil, 80 mil inquéritos policiais sobre crimes de homicídio não concluídos, nas metas de solução daqueles abertos até 2007 e 2008. A elucidação dos homicídios — é oficial — é da ordem de 5%.

Quero dizer também que não considero razoável que haja uma barreira de impunidade para os menores de 18 anos. Esta não é a solução encontrada para o problema do crime infantil nos países mais avançados. Ao tentarmos ser pioneiros, enredamos-nos numa armadilha que é a cooptação de menores pelo crime organizado e que é as terríveis estatísticas de mortes de crianças e por crianças.

Há anos está parada na Câmara dos Deputados uma proposta minha, aprovada pelo Senado: regulamentação do artigo 245 da Constituição e criação do Fundo Nacional de Assistência às Vítimas de Violência. Os criminosos têm seus direitos declarados em muitos artigos da Constituição; as vítimas, só num. Os criminosos recebem apoio financeiro do Estado, o auxílio-reclusão previsto no artigo 201, cujo valor mínimo é, atualmente, de 724 reais. As vítimas, nada. Repito, nada, nenhum apoio, financeiro ou de outra natureza. São pessoas que sofreram ou que perderam a vida, que desapareceram, que tiveram seu destino cortado, o que se estende a famílias inteiras.

Hobbes já dizia que o que justifica o Estado é o medo da morte, é a possibilidade de as pessoas se reunirem para resistir à morte. Pois o Estado brasileiro não tem defendido as pessoas da morte, e ainda por cima não apoia as famílias dos assassinados. E eu aqui me dirijo às Senhoras Deputadas e aos Senhores Deputados, pedindo que não deixem que se cometa essa injustiça, não comigo, mas com a multidão das vítimas de violência.

Aprendi muito cedo a preocupar-me com as causas sociais. Recusando o marxismo que seduzia pelo sonho belo e generoso da igualdade entre os homens, sempre batalhei por uma sociedade mais justa. Jovem líder da UDN, promovi no partido o grupo renovador que Carlos Castello Branco chamou de Bossa Nova, cujo lema, frente ao desenvolvimentismo de Juscelino Kubistchek, era “desenvolvimento com justiça social”. Presidente da República, adotei o “Tudo pelo social”: programa do leite, seguro-desemprego, vale-transporte, vale-refeição, universalização da saúde, farmácia básica…

Mas me orgulho especialmente de um projeto de 1996, aprovado muito rapidamente, e que teve repercussões mundo afora: o da distribuição gratuita de medicamentos contra a AIDS. Assim que soube da comunicação dos cientistas em Vancouver de que o coquetel de medicamentos salvaria a vida dos contaminados com o vírus e dos portadores da síndrome da imunodeficiência apresentei o projeto. No Executivo propuseram o veto presidencial. Fui ao Presidente Fernando Henrique, dizendo-lhe que não podia, como Presidente do Congresso, aceitar que isso ocorresse. Ele foi sensível à proposta e sancionou a lei. E ela foi replicada em muitos países, e aqui e lá tem salvo muitas vidas.

Bati-me pelas causas dos negros. Passados quinze anos, a proposta de cotas para acesso à universidade e ao serviço público que apresentei aqui se tornou realidade.

Apresentei o primeiro estatuto da pequena empresa. Estas são hoje uma das grandes impulsionadoras do progresso nacional.

Defendi uma ideia que vi na China, ainda no tempo de Deng Xiaoping, quando o visitei: a das zonas de exportação. Criei-as quando era Presidente. Elas foram inviabilizadas. Perdemos 20 anos, nos quais a China, que tinha uma economia do nosso porte, deixou-nos para trás, em grande parte com as ZPEs. Voltei a defendê-las, enfrentei resistências, e acabamos vencendo a parte legislativa. Mas novamente se erguem dificuldades. Será que os defensores do capitalismo não veem os exemplos? Não querem ver o caso chinês, olhem o americano.

Propus aqui também o Estatuto das Estatais, regulamentando os §§ 1º e 3º do art. 173 da Constituição. O projeto trazia algumas inovações. Primeiro, as empresas públicas passariam a adotar o regime de sociedade anônima de capital fechado, o qual exige a instituição de Conselho Fiscal e o cumprimento de normas contábeis mais rígidas e eficazes; segundo, a constituição de nova empresa pública ou sociedade de economia mista dependerá de prévia integralização de todo o capital social subscrito; terceiro, há imposição de um regime de avaliação, individual e coletiva, do desempenho dos administradores, realizada pelo Conselho Fiscal e que conterá diagnóstico acerca da licitude, eficácia e contribuição dos atos de administração para o resultado do exercício social, bem como para a evolução do faturamento da estatal e da participação no mercado em que atua. Além disso, no que se refere à fiscalização, elimina-se antiga discussão, estabelecendo em definitivo a competência dos Tribunais de Contas para verificar sua gestão. Desejo ressaltar a importância desse projeto neste momento em que se discute tanto a administração da Petrobrás.

Senhoras Senadores, Senhores Senadores,
Não quero deixar a tribuna com uma expressão de pessimismo. O País é outro, diminuiu muito a pobreza, aumentou a classe média, criamos recursos humanos, somos a sexta economia do mundo.

O século XXI será, também, do Brasil. Deng Xiaoping me afirmou isso.
Avançamos nas áreas econômica e social. Consolidamos a liberdade. O País ficou mais justo e humano, avançou no social, mas a política regrediu. A democracia não se aprofundou depois da redemocratização. Avançou um corporativismo anárquico beneficiando ilhas de interesses, gerando uma divisão do País, que aflorou nas eleições.

Tenhamos a coragem de enfrentar a solução do problema. O tempo acabou.
A Justiça também tem responsabilidade sobre o Estado. É o Poder Moderador. Entregamos ao Supremo Tribunal Federal a guarda da Constituição. É a maior confiança e delegação dada pelo povo a um Poder. Ele não pode deixar a judicialização da política e nem a politização da Justiça. Não foi a outro Poder dada essa delegação. O STF deve usar essa responsabilidade. Sem Justiça não pode haver democracia.

A Justiça não pode ser o Estado espetáculo. Ela é quem decide sobre a nossa liberdade, nosso patrimônio, nossos direitos individuais, coletivos, humanos. Essa responsabilidade é quase dos deuses. Ela só tem uma limitação: a lei, o direito.

Tenho apreensões. O País está dividido, e cresce uma coisa nova na política que nunca vi no Congresso: o ódio.

Esse não é da tradição brasileira. Vamos conjurá-lo. É hora de conciliar o País.
É uma exortação a todos.

Vamos limpá-lo das práticas dos mal-feitos e dos maus administradores irresponsáveis. Para isso mais eficaz que a punição é a profilaxia. Leis, controles, formação de pessoal e valores. Leis que evitem em vez de depois ter de corrigir após custos imensos.

Exemplo: se tivéssemos feito o Estatuto das Estatais, projeto de minha autoria, morto na Câmara, esse problema da Petrobrás não teria acontecido. Não se pode raciocinar que o livre arbítrio de algumas pessoas tenha levado a tantos desmandos.

As estatais precisam de outra estrutura, acompanhamento e controle.
Mas a economia é o transitório. As instituições são o permanente. A democracia representativa está em crise. Marchamos, com a ajuda da ciência e da tecnologia da informação, para a democracia direta. Até lá, é preciso tempo.

O mundo continuará melhorando, e o homem chegará à felicidade. Um pensador teria dito que a política é inimiga da felicidade. Mudemos essa equação. É preciso ter fé, acreditar em Deus, voltar a ter utopias, sonhar.

Quero terminar invocando as raízes de minha terra e vou buscar nos folguedos populares, do Bumba-Meu-Boi, a toada de despedida, no raiar do dia.

“O céu é o reinado das estrelas,
onde a lua faz sua morada,
e o orvalho é a lágrima da noite,
que chora pela madrugada.
Adeus, eu já vou-me embora.
É chegada a hora de me despedir.
Assim como o dia se despede da noite,
eu me despeço de ti!”
Deixo no Senado uma palavra: gratidão.
Saio feliz, sem nenhum ressentimento.

Ai, meu Senado: tenho saudades do futuro.”



Enquanto for vivo defenderei e terei orgulho desta terra - José Sarney

 A verdade sobre o Maranhão


É monótono tratar com números. Mas eles constituem uma síntese que nos dá a aferição do todo. Tenho que ser repetitivo, mas o faço para defender o Maranhão, que foi submetido a uma campanha nacional de desmoralização. Para ganhar a eleição, era preciso dizer que o Maranhão era o estado mais miserável do Brasil, o mais atrasado.

Isso não é verdade.

O futuro governador vai receber um Estado com as contas organizadas. Roseana diminuiu a dívida do Estado, cuja relação com a receita caiu de 0,91 para 0,41 em 2013, muito abaixo do limite permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que é de 2.

Está com suas contas em dia. Pagou o funcionalismo sempre sem atraso e diminuiu o gasto com o pessoal, que é de 39% da receita ­ o 2º menor índice do Brasil ­, quando o permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal é de 49%.

O investimento público acumulado nos últimos anos é o 12º do Brasil, à frente de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. O Maranhão investiu nos últimos anos recursos orçamentários de 10 bilhões de reais, a que se somam 3,8 bilhões de reais do Programa Viva Maranhão, com financiamento do BNDES.

O Maranhão é a 16ª economia do país, a 4ª do Nordeste. Nosso PIB per capita passou de R$ 6.259,00 em 2009 para R$ 8.760,00 em 2012. A participação do estado no PIB nacional passou de 1,23% para 1,34% nesse período.

2,3 milhões de maranhenses saíram da pobreza absoluta. A taxa de crescimento da renda familiar dos 10% mais pobres aumentou de 39%, comparado à do Nordeste, de 29%, e à do Brasil, de 21%. Nosso rendimento médio mensal cresceu a uma taxa média anual de 13,6%, maior que os 12,8% do Brasil.

Alcançamos o 13º lugar na criação de empresas no país, com 52.860 constituídas de 2009 a 2013. Em empregos formais temos o 15º valor no Brasil. Nosso complexo portuário do Itaqui, além de ser o 2º do Brasil, é responsável por 14,5% de movimentação de cargas brasileiras.

Em 2009, a produção de energia era 148 MW e em 2013 passou a 2.366 MW ­ um aumento de cerca de 1.500% ­, de um total sendo instalado de 8.486 MW. O Maranhão apresenta valores superiores aos do Nordeste e do Brasil na eletrificação dos domicílios rurais. Somos o maior produtor de gás em terra do Brasil.

O Maranhão é o 2º produtor de grãos do Nordeste, com 4,13 milhões de toneladas; o 2º produtor de soja do Nordeste e o 8º do país; em arroz, o 1º do Nordeste e o 5º do Brasil.

O Maranhão é o estado que mais cresceu no Brasil nos últimos anos, com o destaque para os 10,3% de 2011.

Um estado com esses números não é o mais atrasado do país. O Maranhão é um canteiro de obras, um polo de atração de investimentos.

É um estado organizado, reconhecido na área financeira nacional como responsável e excelente gestor dos gastos públicos.

Mentir negando isso é querer desmoralizar o Maranhão para tirar proveito.

Mas enquanto for vivo defenderei e terei orgulho desta terra que nestas últimas décadas saiu da colônia para o progresso.


Coluna do  Sarney - 21/12/2014 - O Estado do Maranhão

sábado, 20 de dezembro de 2014

Evangélicos terão Réveillon com Virada de Louvor na Maria Aragão




Em São Luis os evangélicos celebrarão a chegada de 2015 em grande estilo, é que a Prefeitura de São Luís prepara uma grande festa gospel para saudar o novo ano.

Na noite da virada, 31 de dezembro, a praça Maria Aragão, será palco de um grande show gospel, uma mega estrutura de palco, luz e sonorização será montada, o evento contará com a presença de cantores de destaque no cenário nacional gospel, como, André Valadão, Anderson Freire e Mauricio Paes, além de artistas locais que também prestigiarão a virada de louvor, reunindo diversas igrejas evangélicas da Grande São Luis. No local haverá show pirotécnicos à meia-noite para saudar a chegada de 2015.

Para garantir a estrutura de segurança, trânsito e transporte, diversos órgãos municipais estão envolvidos no planejamento, definindo ações de forma integrada. O esquema de segurança será reforçado nos dois locais de comemoração, haverá garantia de pronto-atendimento médico, maior número de coletivos e organização do trânsito para facilitar o acesso de veículos e pedestres.

O planejamento dos eventos está sendo coordenado pela Func, em parceria com as secretarias municipais de Trânsito e Transporte (SMTT), Segurança com Cidadania (Semusc) e Saúde (Semus); além da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Delegacia de Costumes.

O presidente da Fundação Municipal da Cultura (Func), Francisco Gonçalves, explica que o prefeito Edivaldo orientou que a programação fosse montada respeitando a vasta diversidade cultural da população ludovicense. "Diferente de outros anos, a Prefeitura organizou duas grandes festas. Já que temos uma população multifacetada, a Prefeitura procurou fazer uma programação que atenda aos diferentes gostos, costumes e culturas", explicou o presidente da Func.

Na Avenida Litorânea, o palco será montado próximo ao Clube do Ipem, onde subirão Zeca Baleiro, o grupo Argumento, a banda de reggae de Alcântara, Barba Branca, grupos de tambor de crioula e a banda Afrôs e convidados.

Antônio Pereira é diplomado para o quarto mandato na Assembleia




O deputado Antônio Pereira (DEM) foi diplomado na sexta-feira (19) pelo Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA), para exercer seu quarto mandato confiado pelo povo na Assembleia Legislativa. A solenidade de diplomação ocorreu às 16h, no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana, em São Luís. 

O democrata concorreu ao quarto mandato pela coligação Pra Frente Maranhão 2 (PMDB, DEM, PTB, PV, PT do B, PSC, PRTB e PR), conquistando 73.353 mil votos, a maior votação da sua carreira política, fruto do trabalho realizado pelo povo, especialmente nas regiões Tocantina, Sul e Central do Maranhão. 

Ao receber o diploma acompanhado da esposa Carol Pereira, o deputado Antônio Pereira comemorou mais uma vitória na brilhante carreira política. Disse que o documento consolida o reconhecimento do seu trabalho em benefício da população do Estado do Maranhão, nos três mandatos consecutivos na Assembleia. 

Durante a diplomação, Antônio Pereira agradeceu aos aliados políticos, correligionários, militantes, familiares, amigos e a esposa Carol Pereira, que trabalharam em todos os cantos do Maranhão e conseguiram elegê-lo para o quarto mandato. “Vou continuar trabalhando para melhorar a vida do povo do Maranhão”, prometeu. 

TRABALHO RECONHECIDO 

Antônio Pereira Filho é filho de Dona Neném e Antônio Pereira Neto. Nasceu em Teixeira (PB). Em 1960, Antônio Pereira foi morar na cidade de Imperatriz. Formou-se em Medicina na Universidade Federal do Pará. Fez residência no Hospital São Bernardo, em São Paulo, especializando-se em cirurgia e gastroenterologia. 

De volta a Imperatriz, Antônio Pereira exerceu a medicina, atendendo no Hospital Municipal de Imperatriz (Socorrão) e nos hospitais Santa Maria e Jerusalém de Açailândia. A participação no desenvolvimento sócio-econômico da Região Tocantina foi reconhecida e Antônio Pereira foi eleito deputado estadual em 2002.

Na Assembléia Legislativa, o deputado Antônio Pereira trabalhou com muita dedicação e responsabilidade, defendendo a Região Tocantina. Em reconhecimento, o povo elegeu Antônio Pereira para mais dois mandatos. Em 2014, Antônio Pereira conquistou o quarto mandato e se destacou como o quinto mais bem votado.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Mostra de Talentos dos Cras no Teatro da Cidade



Com apresentações de danças, peças de teatro, contação de histórias e contos, rodas de capoeira, corais e musicais, acontece a partir desta sexta-feira (19), no Teatro da Cidade, a Mostra de Talentos dos Centros de Referência da Assistência Social (Cras). 

O objetivo do evento é valorizar os talentos das pessoas atendidas pelos Cras e socializar o trabalho realizado através dos 11 Cras e 14 entidades conveniadas participantes da Mostra que inicia às 16h desta sexta-feira e vai até domingo (21).

As atividades serão desenvolvidas por mais de 400 pessoas, entre crianças, adolescentes, idosos e orientadores do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). Participam da Mostra de Talentos os Cras do Bairro de Fátima, Sol e Mar, Vicente Fialho, Estiva, Coroadinho, Vila Palmeira, São Francisco, Maracanã, São Raimundo, além das entidades conveniadas, que receberão placas de reconhecimento pela participação no evento.

SAIBA MAIS SOBRE O CRAS

O Centro de Referência da Assistência Social (Cras) é uma unidade pública localizada em áreas de vulnerabilidade social que desenvolve o Programa de Atenção Integral às Famílias (PAIF), atendendo preferencialmente famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família (PBF) e do Benefício de Prestação Continuada (BPC), através de serviços socioassistenciais, encaminhamento da população para a rede de proteção social local e acesso a outras políticas públicas. Além do acompanhamento socioassistencial, o Cras também é responsável pelo fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários e pela articulação de ações com as organizações governamentais e não-governamentais nas áreas de atendimento onde está instalado.