segunda-feira, 21 de maio de 2018

Neto Hadad lamenta a omissão e a hipocrisia que cerca o caso Thalia - "Mataram a menina duas vezes"




O caso da estudante Thalia Mendes Meireles, de 16 anos, que recorreu ao suicídio em 13 de abril de 2017 - por supostamente sofrer abusos sexuais dentro de casa, voltou a tona no último sábado - 18 de Maio - Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. ENTENDA O CASO THALIA.

Ao relembrar o caso, o jornalista santa-inesense Neto Hadad faz duras críticas ao que chamou de omissão de grande parte da sociedade, que conforme ele, na teoria se diz contra o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes, mas na prática, se cala, ignora, e faz de conta que o problema é dos outros. "Na teoria todo mundo é contra o abuso sexual de crianças e adolescentes, mas na prática não é bem assim. Boa parte se omite e faz de conta que o problema é dos outros. Aqui mesmo na região tem um caso emblemático. É o caso da adolescente Thalia Mendes. Não mais suportando os abusos que sofria dentro de casa recorreu ao suicídio"

De modo muito coerente e acertado, Neto Hadad lamenta que Thalia tenha sido morta DUAS vezes, já que antes que seu corpo esfriasse, quase todos apontavam o dedo para vítima, a condenando; em contrapartida defendiam com unhas e dentes o suposto algoz. "antes que seu corpo esfriasse, quase todos apontavam para vítima e defendiam o algoz. Mataram a menina duas vezes.

O jornalista critica com firmeza, a demora e a lentidão do inquérito policial sobre o caso, "A senha era esperar por um inquérito policial que, se foi concluído, um ano depois nunca foi visto" 

Hadad conclui, pontuando a existência de uma espécie de tratamento diferenciado, ou uso de dois pesos e duas medidas por parte daqueles que tem o dever de apurar, denunciar, julgar e condenar."pior é que se sabe que para acusar negros e pobres não precisa nada disso. Basta que estejam no rol de suspeitas para serem presos e estamparem as primeiras páginas dos jornais"



Na teoria todo mundo é contra o abuso sexual de crianças e adolescentes, mas na prática não é bem assim. Boa parte se omite e faz de conta que o problema é dos outros. Aqui mesmo na região tem um caso emblemático.
 É o caso da adolescente Thalia Mendes. Não mais suportando os abusos que sofria dentro de casa recorreu ao suicídio e, antes que seu corpo esfriasse, quase todos apontavam para vítima e defendiam o algoz.
 Mataram a menina duas vezes. A senha era esperar por um inquérito policial que, se foi concluído, um ano depois nunca foi visto. 
O pior é que se sabe que para acusar negros e pobres não precisa nada disso. Basta que estejam no rol de suspeitas para serem presos e estamparem as primeiras páginas dos jornais.
ENTENDA O CASO

A estudante Thalia Mendes Meireles, de 16 anos, filha do empresário José Meireles da Silva, cometeu suicídio no inicio da noite de quinta-feira- 13 de abril de 2017 - . A jovem morava na casa da mãe, na cidade de Monção, onde tirou a própria vida. 
  
Em um trecho de uma carta que teria sido escrita pela jovem, ela conta detalhes sobre sua situação e os motivos que a levaram a recorrer ao suicídio. "Meu próprio pai me abusou e foi por isso que eu morri por dentro. Eu fui morrendo durante dois anos. Fui vendo minha morte sem poder fazer nada a respeito. Quantos cortes eu nao fiz? Eu até apelei a drogas, o que não resultou em nada. Meu pai iniciou a destruição."

SOBRE O 18 DE MAIO 

Na última sexta-feira (18 de Maio)  comemorou-se o 18º ano de mobilização do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”. Instituído pela Lei Federal 9.970/00. O Dia 18 de Maio, é uma conquista que demarca a luta pelos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes no Brasil. Esse dia foi escolhido porque em 18 de maio de 1973, na cidade de Vitória (ES), um crime bárbaro chocou todo o país e ficou conhecido como o “Caso Araceli”.

Esse era o nome de uma menina de apenas oito anos de idade, que teve todos os seus direitos humanos violados, foi raptada, estuprada e morta por jovens de classe média alta daquela cidade. O crime, apesar de sua natureza hedionda, até hoje está impune. A proposta do “18 de maio” é destacar a data para mobilizar, sensibilizar, informar e convocar toda a sociedade a participar da luta em defesa dos direitos sexuais de crianças e adolescentes.



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