Miranda do Norte: Francisca das Chagas ESQUECIDA no Dia da Consciência Negra
Neste 20 de novembro, feriado estadual, por conta do Dia da Consciência Negra, enquanto muitos entopem as redes sociais com disparos automáticos de banners, imagens e mensagens rasas, vazias e inconsistentes sobre a data, este jornalista traz a baila o esquecido caso de uma mártir, símbolo da Consciência Negra.
Mulher negra, quilombola, trabalhadora rural, Francisca das Chagas Silva foi brutalmente assassinada com requintes de crueldade, em Miranda do Norte, em 1° de fevereiro de 2016. RELEMBRE O CASO. SAIBA MAIS
Seu corpo foi encontrado despido e com sinais de violência sexual.
Quase três anos depois, o crime nunca foi elucidado, ninguém sabe quem matou, nem tampouco a motivação para tamanha atrocidade e covardia contra a Francisca.
Na época o caso ganhou repercussão nacional, muitas autoridades de destaque estadual e nacional, além de instituições de classe, divulgaram notas de repúdio e pesar.
Hoje infelizmente, o caso caiu no esquecimento. A impunidade e a injustiça venceram mais uma batalha.
A justa homenagem a Francisca das Chagas, Símbolo e mártir da resistência Negra.
Mesmo que infelizmente Miranda do Norte tenha esquecido o caso, Francisca das Chagas foi recentemente lembrada e homenageada pelo Centro Acadêmico I de MAIO, do curso de Direito da UFMA.
Uma das chapas que concorreu a gestão do Centro Acadêmico para o biênio 2018/2019, escolheu o nome: CHAPA FRANCISCA DAS CHAGAS.
É claro que a chapa venceu a disputa, e hoje o centro chama-se:
Centro Acadêmico I de Maio (CAIM) Gestão Francisca das Chagas.
Leiam a bela e inteligente justificativa dos integrantes da chapa sobre a escolha do nome de Francisca das Chagas.
Por que Francisca das Chagas?
Escolhemos esse nome em homenagem a Francisca das Chagas Silva, líder quilombola e sindicalista, do povoado Joaquim Maria, no município de Miranda do Norte, que foi cruelmente assassinada no dia 1 de fevereiro de 2016.
Francisca, em agosto de 2015, havia participado da Marcha das Margaridas, em Brasília, onde, ao lado de outras “margaridas”, lutou por “Desenvolvimento Sustentável com Democracia, Justiça, Autonomia, Igualdade e Liberdade”.
Mulher negra e de luta, defendia os direitos de trabalhadoras e trabalhadores rurais, lutava por justiça no campo e o direito à terra.
Os executores e mandantes de sua morte seguem impunes.
Seu assassinato simboliza a forma desumana como são tratadas as reivindicações de mulheres e trabalhadores rurais no Brasil, assim como a necessidade crescente de políticas públicas de proteção e garantia de direitos às mulheres, sobretudo à mulheres negras, e de proteção à lideranças camponesas, sindicais, indígenas e trabalhadores rurais, grupos que sofrem constantemente com o assassinato de seus lideres, motivados principalmente pela luta ao acesso a terra.
Como a margarida, que se adapta a diferentes tipos de solo, Francisca representa a resistência daqueles que acreditam em um mundo mais justo.
Assim, levar o seu nome em nossa chapa faz com que sua história, força e coragem não sejam esquecidas, e que sua luta, que é de tantos outros, não seja invisibilizada.
RELEMBRE O CASO:
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Jornalista Abimael Costa