Por que o "Caso Raíssa" não desperta o interesse da mídia?


Injustiça, discriminação, preconceito  e impunidade estão interligadas e quase sempre aparecem juntas. Em regra, atingem quase sempre o individuo  pobre, negro,  com baixa formação acadêmica e morador de periferia. O que quero dizer é que no Brasil do seculo XXI, fatores como, cor, sobrenome, ocupação, endereço e formação acadêmica ainda definem a visibilidade ou invisibilidade do individuo.   

Na ultima sexta-feira (18), o corpo de uma adolescente de 17 anos, foi encontrado esquartejado e queimado na periferia da capital maranhense. A jovem estava desaparecida há cinco dias, quando teria saído da casa da avó para dormir na residência da mãe e desde então não teria sido mais vista.

A morte trágica desta adolescente, bem ao contrário do assassinato da também jovem, sobrinha neta do presidente José Sarney, não foi destaque na mídia, não motivou coletivas do secretário de segurança, ou dos  delegados das especializadas. Nenhum jornalista veio a São Luis como enviado especial  das grandes emissoras ou jornais para cobrir o caso. A imprensa local ignorou o crime brutal e pouco falou sobre a barbárie. 

O pior é que depois de morta a adolescente ainda é criminalizada. Os poucos blogs que divulgaram o fato tentaram justificar o bárbaro crime com a infame frase "informações repassadas à polícia afirmam que a jovem andava na companhia de traficantes da região", como se isso fosse salvo conduto para o assassinato da jovem. 

O mais estranho é que ninguém cobra justiça, identificação e prisão do autor ou autores do crime, nenhuma manifestação clamando por paz. A explicação é simples, a adolescente e vista e considerada com uma indigente e nada mais, ela é apenas uma favelada, quem se importa??  

A jovem morta com requintes de crueldade, era negra, morava  na região do Alto da Esperança em São Luís, e para surpresa e desapontamento de muitos, tinha nome, chamava-se Raíssa Melo Diniz. Mesmo invisível e ignorada pelas autoridades e a imprensa, esta jovem é mais vitima da injustiça, discriminação, preconceito  e impunidade que infelizmente ainda dominam nosso sistema falido e apodrecido.

Dois adolescentes teriam participado do assassinato de Raíssa

A polícia esclareceu em tempo recorde a morte trágica e cruel da adolescente Raíssa Melo Diniz, 17 anos, que teve o corpo queimado, esquartejado e jogado em uma área de mangue em São Luís.
http://www.abimaelcosta.com.br/2016/11/dois-adolescentes-teriam-participado-do.html

Comentários

  1. Não podemos confundir "alhos com bugalhos"!Infelizmente,este é o retrato da nossa sociedade,a família Sarney como bem sabemos, é a família Sarney!Quem vive e mora no gueto, é assim mesmo.

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